Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de Janeiro, nesta quarta-feira (17), o hacker Walter Delgatti Neto fez graves acusações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Delgatti afirmou que Bolsonaro teria pedido para que ele violasse as urnas eletrônicas e, em troca, lhe ofereceu indulto caso fosse preso por realizar um grampo telefônico no presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. Além disso, Delgatti revelou ter sido o responsável pela elaboração do relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas.
Durante o depoimento, Delgatti demonstrou estar disposto a uma acareação, demonstrando coragem ao enfrentar as questões dos parlamentares. No entanto, o hacker não respondeu às perguntas feitas pela oposição, o que gerou críticas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. Flávio acusou Delgatti de mentir e negou veementemente que seu pai tenha contratado os serviços do hacker. O senador também ressaltou os processos aos quais Delgatti responde por estelionato, questionando sua credibilidade como testemunha.
Por outro lado, o senador Randolfe Rodrigues (AP), membro da CPMI, interpretou a tentativa de desqualificação de Delgatti pelos oposicionistas como uma confirmação das alegações de envolvimento direto de Bolsonaro no caso. Para Randolfe, as acusações feitas pelo hacker são graves e merecem ser investigadas a fundo.
O depoimento de Walter Delgatti Neto traz mais um capítulo para a CPMI do 8 de Janeiro, que tem como objetivo apurar a invasão de dispositivos eletrônicos de autoridades e possíveis interferências nas eleições de 2018. As acusações contra Bolsonaro colocam o ex-presidente no centro das investigações, levantando questionamentos sobre a transparência e lisura do processo eleitoral.
É importante ressaltar que as acusações feitas por Delgatti são muito graves e exigem uma investigação minuciosa. Caso sejam comprovadas, as ações do ex-presidente podem ter sérias consequências tanto para sua imagem quanto para a estabilidade política do país.
A CPMI do 8 de Janeiro seguirá ouvindo os depoimentos de diversas testemunhas e investigando o caso. As revelações feitas por Walter Delgatti Neto trazem mais elementos para a análise dos parlamentares e reforçam a importância de se esclarecer toda a verdade sobre o suposto envolvimento de Jair Bolsonaro nas irregularidades relacionadas às urnas eletrônicas.
