SENADO FEDERAL – Convidados sugerem filosofia estóica como forma de superar dificuldades no país durante sessão especial no Senado.

Na tarde desta segunda-feira (18), durante uma sessão especial no Plenário do Senado, convidados propuseram a filosofia estóica como forma de superar as dificuldades que o país enfrenta. O debate, requerido pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), teve como foco a discussão sobre a escola filosófica estóica e suas aplicações na atualidade.

Os estóicos, mestres da filosofia na Grécia Antiga, pregavam o autocontrole como meio de alcançar a felicidade. Eles acreditavam que é possível administrar aspectos da vida, como as emoções, e deveríamos aceitar aqueles que não podemos controlar. Segundo Girão, o estoicismo enfatiza a importância de viver de maneira ética e virtuosa, e propostas que flexibilizam regras sobre o aborto e a legalização de drogas vão contra esses princípios, refletindo uma decadência moral.

Durante o debate, a professora Lúcia Helena Galvão Maya, da organização internacional de filosofia Nova Acrópole, ressaltou que a educação falha ao não incentivar o desenvolvimento moral. Ela destacou que se os ensinamentos estóicos fossem observados por todos, o mundo seria um lugar melhor. Lúcia Maya chamou a atenção para o fato de que frequentemente nos preocupamos com coisas que não estão sob nosso controle, enquanto negligenciamos aquilo que podemos fazer. Se todos fizessem o que está ao seu alcance, a humanidade seria transformada.

O empresário e cientista político Luiz Felipe d´Avila também ressaltou a aplicação do estoicismo na política brasileira. Segundo ele, se os princípios estóicos fossem seguidos pelos políticos e cidadãos, a busca por uma “democracia plena” seria uma realidade. Ele apontou três problemas que impedem o país de ser uma democracia plena: o populismo, o nacionalismo estatista e um Estado ineficiente. D´Avila afirmou que o cidadão precisa estar no centro da política e que é necessário entender os deveres para honrar os direitos.

Para o diretor-presidente da Nova Acrópole, Luis Carlos Marques Fonseca, o estoicismo deveria fundamentar um “novo sistema de valores” na sociedade. Ele criticou o sistema de valores atual, que segundo ele é frágil e corre o risco de se romper. Fonseca destacou a importância de termos uma ética natural, baseada na bondade e na serenidade diante das adversidades. Além disso, ele criticou a medicalização excessiva de doenças psiquiátricas, afirmando que muitas vezes os medicamentos são receitas para suportar a vida que as pessoas escolheram, em vez de promover uma mudança no estilo de vida.

A sessão especial contou com a participação presencial dos convidados, além dos cidadãos que acompanharam através do Portal e-Cidadania na internet. O senador Girão lembrou que a Comissão de Assuntos Sociais tem realizado debates sobre doenças mentais, como depressão e suicídio, que se tornaram uma pandemia nos últimos anos.

A proposta de utilizar a filosofia estóica como forma de enfrentar as dificuldades do país recebeu apoio dos especialistas presentes na sessão especial. Eles acreditam que a busca pelo autocontrole, pela ética e pela virtude pode ser uma solução para superarmos as adversidades e construirmos uma sociedade mais justa e equilibrada. Resta agora colocar esses princípios em prática e promover uma mudança cultural que valorize o bem comum e a melhoria coletiva.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo