SENADO FEDERAL – Aprovado em votação, o nome de Maria Edileuza é indicado para o cargo de embaixadora na Suécia.

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta quinta-feira (17) a indicação da diplomata Maria Edileuza Fontenele Reis para chefiar a representação brasileira na Suécia e na Letônia. A MSF 50/2023 foi relatada pela senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) e obteve 12 votos favoráveis e nenhum contrário.

Maria Edileuza, que faz parte da carreira diplomática desde 1978, agora aguarda a votação no Plenário para assumir o cargo. Durante a sabatina realizada pelo colegiado, a senadora Buzetti destacou a importância do Brasil para a indústria sueca. Atualmente, são 220 empresas suecas no Brasil, movimentando mais de 30 bilhões de coroas suecas.

A relatora ressaltou que grandes empresas suecas têm unidades produtivas em território brasileiro, especialmente em São Paulo, considerada a “segunda cidade industrial da Suécia”. Maria Edileuza exemplificou marcas suecas populares no Brasil, como os fósforos Fiat Lux.

No entanto, a balança comercial entre os dois países é deficitária para o Brasil, conforme afirmou a diplomata. Ela mencionou o desafio de reduzir o déficit de US$ 1,4 bilhão e incorporar produtos de maior valor agregado nas exportações brasileiras. Maria Edileuza também ressaltou as expectativas da embaixadora da Suécia no Brasil, Karin Wallensteen, em relação à conclusão do acordo Mercosul-União Europeia como forma de impulsionar a economia.

Além das questões econômicas, a diplomata ressaltou que assuntos de defesa nacional também ocupam um espaço relevante na pauta dos países. Isso se deve tanto aos contratos de compra de equipamentos militares brasileiros quanto à posição estratégica da Suécia no norte da Europa. Maria Edileuza citou o contrato entre a Força Aérea Brasileira e a empresa sueca Saab para a produção de aviões de caça Gripen, que inclui a construção de 36 unidades, sendo 15 delas no Brasil.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) destacou que a Suécia está abandonando sua neutralidade após 200 anos e que o país controla o estreito de Escagerraque, por onde a esquadra russa precisa passar. Ele ressaltou que, ao ingressar na Otan, a Suécia enfrentará pressões da Rússia, o que pode permitir ao Brasil uma posição privilegiada no acompanhamento dos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Maria Edileuza também abordou a questão da tecnologia e mencionou a importância de ampliar o intercâmbio de experiências e boas práticas nos campos do conhecimento científico e da inovação. Ela mencionou o grupo diretor de alta tecnologia e inovação que se reunirá em novembro em Estocolmo, na Suécia, e que abordará temas como inteligência artificial, empreendedorismo, bioeconomia, conectividade móvel e bioenergia.

No que diz respeito à Letônia, país que compartilha sua representação brasileira com a Suécia, a diplomata afirmou que pretende desenvolver a relação econômica e cultural, replicando iniciativas aplicadas em Estocolmo. A Letônia possui sua maior comunidade na América Latina no Brasil.

A Suécia, localizada na península da Escandinávia, é governada por uma monarquia parlamentarista e ocupa a sétima posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). As relações entre o Brasil e a Suécia datam desde a época imperial, devido à proximidade entre as famílias reais. A rainha consorte sueca, Sílvia Renata Sommerlath, é de origem brasileira e possui fluência em português.

Já a Letônia é uma república parlamentarista situada ao norte da Europa. O país conquistou sua independência em 1990, com o fim da União Soviética e da Guerra Fria. Desde então, tornou-se membro das Nações Unidas, da União Europeia e da Otan. Em 2022, o comércio entre o Brasil e a Letônia resultou em US$ 188 milhões, com saldo comercial favorável ao Brasil.

Maria Edileuza nasceu em 1954 em Viçosa do Ceará (CE) e possui ampla formação acadêmica na área de relações internacionais. Ela atuou como cônsul-geral em Paris entre 2014 e 2017 e, posteriormente, como delegada permanente junto à Unesco até 2020. Atualmente, exerce o cargo de embaixadora do Brasil na Bulgária.

Com a aprovação da indicação de Maria Edileuza Fontenele Reis, espera-se fortalecer as relações políticas, econômicas e culturais entre o Brasil e a Suécia, bem como com a Letônia.

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