PEGANDO FOGO! Vereadores acusam JHC de interferir em eleição da Câmara e vão para oposição

Prefeito eleito é acusado de fazer ‘caciquismo fisiológico’

Na noite desta quarta-feira (30), 11 vereadores decidiram se declarar oposição ao prefeito eleito JHC (PSB), após o acusarem de influenciar na eleição da mesa diretora da Câmara Municipal de Maceió e querer controlar a casa legislativa com o apoio de sua bancada.

Segundo o que diz no documento assinado por cada um deles, o prefeito eleito tem interferido na eleição, “pressionado e negociado secretarias pessoalmente para conseguir os votos necessários para o seu candidato”.

A eleição da mesa diretora da Câmara tem até o momento dois candidatos, sendo Galba Netto (MDB) apoiado pelo prefeito eleito JHC e o Samyr Malta (PSD) que conta com o apoio de 11 dos 25 vereadores e que agora se declaram oposição ao futuro prefeito que assume no dia primeiro de janeiro de 2021.

Além disso, os 11 vereadores pedem a quem assuma a presidência da Câmara de Maceió, que investigue “irregularidades que estão sendo expostas pela imprensa a respeito de progressões vultosas e supostamente irregulares de servidores”.

“A Câmara de Maceió é um poder autônomo. É isso que queremos”, diz em outro trecho do documento.

Leia o documento na íntegra:

NOTA CONJUNTA

Entendemos como legítimo o processo de disputa democrática pela Mesa Diretora da Câmara Municipal de Maceió. Nesse sentido, formamos um grupo dentro de uma proposta de mudança no Legislativo, construindo uma Casa mais independente. Todavia, estabelecendo – como deve ser – uma relação harmônica com o Executivo, criando assim um ambiente propício para a fiscalização e aprovação de projetos em benefício do povo de Maceió, funções primordiais ao exercício da vereança.

Evidentemente que, dentro do jogo democrático, é natural a existência de um ou mais grupos que também possuam suas propostas e assim busquem os votos para se alcançar o comando diretivo da Casa. No entanto, é de se estranhar o inédito envolvimento direto e pessoal do senhor prefeito eleito, João Henrique Caldas, para conseguir eleger o presidente da Câmara de Maceió.

Além de querer formar ampla bancada pelos meios legítimos da democracia, o prefeito tem pressionado e negociado secretarias pessoalmente para conseguir os votos necessários ao seu candidato. Uma interferência que, segundo nossa visão, compromete a independência da Casa.

Somos um grupo plural que quer primar pela independência. Não se trata, portanto, da oposição pela oposição, pois os projetos do Executivo que forem bons e necessários ao município contarão com o nosso voto. No entanto, não poderíamos nos calar. A eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Maceió deveria ser uma discussão entre os pares, com base em propostas para a condução do futuro da Casa e não uma submissão à vontade de um Executivo recém-eleito.

O que mais nos causa espanto é que esse comportamento venha de um prefeito escolhido pelo povo justamente por simbolizar a mudança. É de se questionar como pode o senhor prefeito defender a “nova política” ao mesmo tempo que, nos bastidores, atua por meio de antigas práticas para influenciar em um outro poder para o qual não foi eleito? Nos bastidores políticos, essa prática tem nome: caciquismo fisiológico.

Em relação ao futuro presidente da Câmara Municipal de Maceió, defendemos que o eleito possa conduzir o parlamento de forma democrática, tratando os pares por igual, independentemente de suas convicções políticas, ideológicas ou de posição em relação ao Executivo.

A Câmara de Maceió é um poder autônomo. É isso que queremos.

Esperamos ainda que o futuro presidente possa incluir – logo na abertura dessa legislatura – as pautas necessárias e urgentes, como a imediata apuração das irregularidades que estão sendo expostas pela imprensa a respeito de progressões vultosas e supostamente irregulares de servidores.

Não apenas esperamos, mas seremos vigilantes na cobrança dessas ações e na defesa das prerrogativas do Legislativo para que a Câmara de Vereadores possa ser de fato a casa dos maceioenses.

Vereadores de Oposição

Eduardo Canuto
Fernando Hollanda
Joãozinho
Kelmann Vieira
Leonardo Dias
Oliveira Lima
Olívia Tenório
Samyr Malta
Silvania Barbosa
Teca Nelma
Zé Márcio Filho

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