Ministros israelenses de extrema-direita sugerem emigração de palestinos de Gaza e geram repúdio de Estados árabes e ONU

Ministros israelenses de extrema-direita causaram indignação nos Estados do Golfo Pérsico e em organismos internacionais de direitos humanos ao sugerirem que os palestinos emigrem da Faixa de Gaza após o encerramento do conflito em curso entre o Hamas e Israel. As declarações de Itamar Ben-Gvir, ministro de Segurança Nacional de Israel, e Bezalel Smotrich, ministro das Finanças, foram repudiadas pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pelo chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk.

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, a Arábia Saudita condenou os comentários dos dois ministros israelenses, pedindo à comunidade internacional que intervisse diante da violação do direito internacional. O Catar, que mediou a trégua temporária entre Israel e o Hamas, também condenou fortemente as declarações, afirmando que a política de deslocamento forçado praticada pelas autoridades israelenses não mudará o fato de que Gaza pertence aos palestinos e continuará assim.

O Kuwait alertou contra os planos israelenses de deslocar os residentes de Gaza, enquanto os Emirados Árabes Unidos, que normalizaram os laços com Israel, condenaram as declarações extremistas dos ministros. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, denunciou os comentários “incendiários” dos ministros israelenses, afirmando que os deslocamentos forçados são estritamente proibidos e considerados uma grave violação do direito internacional humanitário.

As declarações dos ministros israelenses também foram criticadas pelo Departamento de Estado dos EUA, que as classificou como “irresponsáveis”, e pelo chefe de direitos humanos da ONU, que disse estar “muito perturbado” com os planos de transferir civis de Gaza para países terceiros. O direito internacional proíbe a transferência forçada de pessoas protegidas dentro ou deportação de território ocupado.

Desde o início da ofensiva militar de Israel em Gaza, em outubro, dois grandes fluxos de deslocamentos forçados têm ocorrido na região e estima-se que 1,8 milhão de pessoas em Gaza, aproximadamente 85% da população total, estejam deslocadas internamente. A expulsão de uma população de seu território é proibida pelas Convenções de Genebra e os estatutos do Tribunal Penal Internacional designam a “deportação ou transferência forçada de uma população” como um crime contra a Humanidade.

Em resposta às críticas, Itamar Ben-Gvir defendeu o êxodo em massa de palestinos, em prol da “segurança”. No entanto, a comunidade internacional tem repudiado veementemente esses planos, destacando a importância do respeito ao direito internacional e aos direitos humanos. A situação na Faixa de Gaza continua a ser tema de grande preocupação e tensão, com a comunidade internacional buscando soluções para o conflito entre Israel e o Hamas.

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