Comissão de Cultura debate criação do Dia Nacional do Jongo

Fernando Frazão/Agência Brasil
O jongo foi reconhecido pela Unesco, em 2005, como Patrimônio Cultural Brasileiro

A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados realiza audiência pública nesta sexta-feira (10) para discutir o Projeto de Lei 8068/17, que propõe a instituição do Dia Nacional do Jongo. O debate será realizado no plenário 8, às 10 horas.

O deputado Chico D’Angelo (PDT-RJ), que propôs a realização da audiência, lembrou que o jongo influenciou decisivamente o nascimento do samba no Rio de Janeiro. “No início do século 20 o jongo era o ritmo mais tocado no alto das primeiras favelas pelos fundadores das escolas de samba, antes mesmo do samba nascer e se popularizar”, disse.

O deputado observou que o  jongo, ou caxambu, é um ritmo que teve suas origens na região africana do Congo-Angola. “Chegou ao Brasil Colônia com os negros de origem bantu trazidos como escravos para o trabalho forçado nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, no interior dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo”, observou.

Ainda segundo o deputado, a influência da nação bantu foi fundamental na formação da cultura brasileira. “Para acalmar a revolta e o sofrimento dos negros com a escravidão e distrair o tédio dos brancos, os donos das isoladas fazendas de café permitiam que seus escravos dançassem o jongo nos dias dos santos católicos. Para esses negros africanos e seus filhos, o jongo era um dos únicos momentos permitidos de trocas e confraternização. O jongo é uma dança para o divertimento, mas uma atitude religiosa permeia a festa”, explicou.

O jongo foi reconhecido, em 2005, como Patrimônio Cultural Brasileiro pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Debatedores
Foram convidados para a audiência:
– o representante do Jongo da Serrinha, Madureira, cidade do Rio de Janeiro (RJ), Lazir Sinval;
– a representante do Jongo do Bracuí, Angra dos Reis (RJ), Luciana Adriano da Silva;
– o mestre em história social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), compositor e babalaô no culto de Ifá, Luiz Antônio Simas;
– a representante do Jongo da Serrinha, artista plástica e gestora cultural, Dyonne Boy.

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