BRASIL – Mais de 100 mil mulheres de todo o Brasil são aguardadas na Marcha das Margaridas, que retorna a Brasília com grandes expectativas.

Nesta quarta-feira (16/8), milhares de mulheres marcharam do Parque da Cidade até o final da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para participar da tradicional Marcha das Margaridas. O evento, que acontece a cada quatro anos, é um importante grito de resistência e luta em defesa dos direitos dos povos do campo.

Dentre as participantes estavam mulheres trabalhadoras rurais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, sem-terra, extrativistas, LGBTQIA+ e moradoras de centros urbanos. Elas aproveitaram a oportunidade de ocupar o espaço público no centro político do país para fazer suas reivindicações vindas de todos os cantos e interiores do Brasil.

Cida Rodrigues, uma trabalhadora rural do município de Urandi, na Bahia, destacou a importância da marcha para o fortalecimento da agricultura familiar e a defesa das mulheres, combatendo a violência de gênero. Além disso, ela ressaltou a importância da segurança alimentar nutricional como uma das principais pautas do evento.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença no encerramento da marcha, que contou com a participação de mais de 100 mil mulheres brasileiras, além de representantes de 33 países. Durante os dois dias de atividades, foram realizados painéis, discussões e eventos com o objetivo de debater e apresentar propostas para a reconstrução do Brasil e o bem viver.

Suzana da Silva Pimentel, uma trabalhadora rural e professora de sociologia de Monte Santo, na Bahia, participou da marcha pela primeira vez e destacou a força e importância do coletivo de mulheres unidas em prol de suas necessidades e direitos. Ela acredita no novo governo e aguarda com expectativa o pronunciamento do presidente Lula durante o evento.

Raimunda Nonata Bezerra de Oliveira, conhecida como Mundinha, quebra coco babaçu em Imperatriz, no Maranhão, e frequenta a marcha desde 2011. Ela destacou a luta diária e gratificante das mulheres trabalhadoras rurais.

A Marcha das Margaridas é uma homenagem a Margarida Maria Alves, uma trabalhadora rural e sindicalista paraibana que foi assassinada em 1983 enquanto lutava pelos direitos das mulheres trabalhadoras rurais. O evento busca dar voz às demandas e necessidades dessas mulheres e reivindicar por mais políticas públicas em prol da categoria.

Durante a marcha, foram apresentados 12 eixos políticos que englobam diversas pautas, como democracia participativa, soberania alimentar, acesso à terra, agroecologia, direitos das mulheres, entre outros. Mazé Morais, coordenadora-geral da Marcha das Margaridas, enfatizou a importância de não explorar a natureza e buscar novas formas de produção de alimentos baseada na agroecologia, além de lutar por uma política inclusiva e livre de desigualdades.

A Marcha das Margaridas foi um marco de resistência e luta pelos direitos das mulheres trabalhadoras rurais, mostrando a força e a união dessas mulheres em busca de um Brasil reconstruído e com bem viver para todas.

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