Walter Delgatti, o hacker envolvido na Operação Spoofing, foi condenado pelo juiz a 20 anos de prisão.

O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, proferiu uma sentença condenatória de 20 anos e um mês de prisão contra o hacker Walter Delgatti Neto, em decorrência da Operação Spoofing, que investigou o vazamento de diálogos de procuradores da força-tarefa da Lava-Jato.

Delgatti foi condenado pelos crimes de organização criminosa, lavagem e ocultação de bens, direitos e valores, por ter invadido dispositivos informáticos alheios com o intuito de obter, adulterar ou destruir provas.

Ao justificar a aplicação da pena, o juiz destacou a “culpabilidade em grau exasperado” de Delgatti, uma vez que os ataques cibernéticos perpetrados por ele foram direcionados a diversas autoridades públicas, sobretudo os responsáveis pela persecução penal, além de outras pessoas com destaque social.

“O réu é reincidente, como atesta sua ficha criminal, e possui outros registros penais. Sua conduta social deve ser considerada desfavorável, uma vez que, para prosseguir com suas atividades criminosas e escapar do cumprimento do mandado de prisão, ele se utilizou do nome de Danilo Cristina Marques”, afirmou o juiz.

Leite também apontou que Delgatti possui uma “personalidade que deve ser avaliada de forma desfavorável”, devido ao exibicionismo de suas condutas ilícitas, demonstradas pelas imagens encontradas em seu computador, bem como a sua tentativa de apresentar seus crimes como uma “ajuda ao povo brasileiro”.

O juiz considerou ainda que Delgatti era o líder da organização criminosa e se valia das facilidades oferecidas pelos demais denunciados, o que contribuiu para o sucesso de suas atividades ilícitas.

O hacker foi condenado pelos crimes previstos no Código Penal e na Lei de Interceptação Telefônica, incluindo invasão de dispositivo alheio, organização criminosa, lavagem e ocultação de bens, direitos e valores.

Delgatti havia sido preso durante a Operação Spoofing, deflagrada em julho de 2019 pela Polícia Federal, na qual admitiu ter invadido o Telegram das autoridades. No entanto, em setembro de 2020, sua prisão preventiva foi revogada e ele passou a utilizar tornozeleira eletrônica.

O “hacker de Araraquara”, como ficou conhecido, foi novamente preso em duas ocasiões, sendo a última delas por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, sob a suspeita de invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

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