Valor da refeição do preso é maior que a do policial civil

Vale refeição de R$ 12 para os policiais mal dá para se alimentar direito (valor, que não é reajustado desde julho de 2011). Em contrapartida, os presos gastam em torno de R$ 20 por refeição. Eles têm direito a café da manhã, almoço e jantar custeados integralmente pelo estado, que não limita o valor que deve ser gasto com cada refeição.

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Desde 2013 as delegacias estão tendo que alimentar os presos que ficam mais de 12 horas nas suas instalações. A medida não deveria causar nenhuma polêmica, pois apenas garante o direito básico de qualquer cidadão à alimentação. Mas o valor disponibilizado para a refeição dos presos, através de um cartão alimentação, é bem maior que o dos policiais civis. As delegacias têm um cartão corporativo para fornecer café da manhã, almoço e jantar aos presos que aguardam transferências para o sistema penitenciário. A Polícia Civil confirmou que não há um valor previamente definido para o gasto individual. O órgão informou que deposita de R$ 200 a mil reais nos cartões das delegacias, mas admitiu que o repasse pode ser maior, caso haja alguma necessidade.

“Se eu acordar, tomar um café e comer um pão na chapa, almoçar dois salgados e um refrigerante. Pronto, acabou o meu vale refeição. Esse valor é absurdo, ninguém consegue se alimentar minimamente com R$ 12. É um vale fome!”, afirma um policial que não quis se identificar.

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(Imagem ilustrativa)

Para Hildebrando Saraiva, inspetor na 18º DP, a disponibilidade de um recurso maior para alimentação dos presos mostra a defasagem do vale refeição do policial civil. “Não devemos reclamar que os presos que vão dormir na delegacia tenham direito à uma alimentação digna. Quando o Estado propõe uma alimentação em torno de R$ 20 para eles, está confirmando que R$ 12 não dá para alimentar ninguém”, realatou o inspetor.

“Na hora do almoço, temos que procurar o lugar mais barato, porque na Zona Sul é tudo caro. Mas, se um preso chega à noite, por exemplo, temos que comprar o jantar onde for possível. Não há um limite de gasto neste caso. A única exigência é que o estabelecimento aceite o cartão da delegacia destinado às refeições dos presos” — contou um policial, que pediu para não ser identificado, acrescentando que, no Leblon, cada agente paga, no mínimo, entre R$ 21 e R$ 23 por refeição.

“Aqui até pé-sujo é caro. Comer no shopping, por exemplo, é impossível”; disse o agente que preferiu o anonimato. Ele inda acrescentou que o cartão corporativo não é aceito em todos os estabelecimentos, dificultando a compra de comida em locais mais baratos.

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