O coordenador do Neabi da Ufal, Danilo Marques, destacou a importância das bancas de heteroidentificação como uma ferramenta fundamental para a efetivação da política de cotas. Segundo ele, esse processo tem contribuído significativamente para o aumento da representatividade de estudantes negros, quilombolas e indígenas na Universidade. As bancas de heteroidentificação avaliam não apenas a cor da pele, mas também o conjunto fenotípico e os traços característicos de pessoas negras.
Desde 2018, a Ufal implementou as bancas de heteroidentificação com o objetivo de reduzir possíveis fraudes nas vagas reservadas para pessoas pretas nos cursos de graduação e pós-graduação. A professora Marli Araújo, coordenadora do Neabi de Arapiraca, ressaltou a importância dessas bancas no processo de implementação das políticas de acesso à Universidade, que buscam reconhecer e legitimar a luta histórica das pessoas negras por inserção nos direitos sociais brasileiros.
A Universidade Federal de Alagoas aderiu ao sistema de política de cotas para estudantes negros em 2003, com a implementação do Programa de Ações Afirmativas (Paaf). Desde então, a Ufal destinou uma porcentagem de vagas para cotas, sendo uma das primeiras instituições do país a adotar essa medida. Atualmente, as cotas abrangem não apenas pessoas pretas, mas também quilombolas, indígenas, PCDs e pessoas em situação de vulnerabilidade social.
O estudante Ana Miranda, do curso de História, fruto da implementação da Lei de Cotas na Universidade, destaca a importância das bancas de heteroidentificação e oferece dicas para os candidatos que passarão por esse processo no futuro. As bancas continuarão a ocorrer nas próximas chamadas do Sisu, e os interessados podem acessar o edital e verificar as convocações através do site da Copeve.