A pesquisa, intitulada “Efeitos da Exposição Crônica ao Mercúrio em Pescadores do Complexo Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM) e em modelo animal hipercolesterolêmico”, contou com a participação de 60 profissionais, que apresentaram alterações significativas em seus organismos devido à contaminação por mercúrio. Os voluntários expostos, que têm contato direto com a água e consomem alimentos provenientes da Laguna, como sururu e pescados, mostraram maior concentração de mercúrio no sangue e na urina em comparação com um grupo controle.
Os resultados indicaram que a intoxicação por mercúrio pode acarretar em diversas disfunções, como problemas neurológicos, câncer, doenças cardiovasculares, diabetes, inflamação, entre outras patologias. A pesquisadora alertou para os efeitos do mercúrio no organismo, ressaltando que o metal bioacumula em vários tecidos, comprometendo a funcionalidade dos eritrócitos e a capacidade de captação de oxigênio.
Além disso, o estudo demonstrou que o mercúrio presente no sangue dos pescadores afetou significativamente a capacidade de ligação do oxigênio, gerando alterações estruturais na hemoglobina e em outras biomoléculas. A professora Ana Catarina Rezende, orientadora da dissertação, enfatizou a importância do estudo para a ciência alagoana, destacando a relevância de monitorar a saúde desses profissionais expostos à contaminação ambiental.
Com base nos resultados alarmantes da pesquisa de Maiara Queiroz, é fundamental criar políticas públicas e ações preventivas para proteger a saúde dos trabalhadores expostos ao mercúrio. O estudo evidencia a necessidade de conscientização e cuidados específicos para reduzir os riscos de contaminação por mercúrio e preservar a saúde desses profissionais que desempenham um papel fundamental na pesca e mariscagem na região de Maceió.