UFAL – Debates acadêmicos sobre gênero e sexualidade durante o regime ditatorial são analisados por pesquisadores na Universidade Federal de Alagoas.

No último dia 18, aconteceu a mesa-redonda intitulada “[Re]Existências LGBTQIA+ e feminismo no Brasil”, organizada pelo Grupo de estudos e pesquisas em História, Gênero e Sexualidade (GEPHGS), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O evento ocorreu na Sala Jatiúca, durante a programação da 10ª Bienal Internacional do Livro.

A mesa-redonda contou com a participação dos professores e pesquisadores Kleber Simões, da Universidade Federal de Bahia (Ufba), Michelle Reis e Jully Ana, da Ufal, e teve a mediação do professor do curso de história e coordenador do grupo, Elias Veras. O encontro começou com agradecimentos e apresentações dos participantes, seguido por uma exibição de registros fotográficos e audiovisuais sobre a trajetória do GEPHGS, que existe desde 2018. Foram mostrados colóquios, seminários, encontros e projetos de extensão nos quais o grupo participou e idealizou na universidade, como o Colóquio Diálogos interdisciplinares sobre gênero, raça e sexualidade e seminários no Dia Nacional da Visibilidade Trans.

Durante a discussão, foram abordadas pesquisas acadêmicas relacionadas ao enfrentamento e resistência de corpos femininos e LGBTQIAPN+ durante a ditadura militar no Brasil. Kleber Simões apresentou seu estudo sobre a censura de uma peça teatral protagonizada por Danielle, uma travesti baiana; Michelle Reis falou sobre a história de Maninha Xucuru Kariri, uma líder feminina indígena de Alagoas; e Jully Ana apresentou arquivos do movimento social de lésbicas alagoanas.

Para Harmie Alexandre, estudante de história e pessoa trans não-binária, o fato de haver pessoas discutindo temas relacionados à comunidade LGBT na sala era um ato político significativo. “É um espaço totalmente grandioso, é um espetáculo, aos pontos da lei moral, e eu espero que a sociedade alagoana consiga perceber e se coloque no papel de que é uma sociedade que tem matado historicamente esses corpos. É importantíssimo pensar sobre essas temáticas numa sociedade em que vivemos hoje”, declarou.

No final do evento, foi reservado um momento para perguntas e comentários do público, além do lançamento de um livro que foi resultado das discussões do grupo de pesquisa. A mesa-redonda proporcionou uma oportunidade de reflexão sobre a história e a resistência das comunidades LGBTQIA+ e do feminismo no Brasil, trazendo à tona narrativas que muitas vezes são apagadas. O GEPHGS, juntamente com a Ufal, vem desempenhando um papel importante na promoção dessas discussões e no apoio às pesquisas acadêmicas nessa área.

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