Tribunal Supremo Eleitoral da Guatemala suspende temporariamente inabilitação do partido Semilla até outubro.

O Tribunal Supremo Eleitoral da Guatemala (TSE) decidiu suspender temporariamente a inabilitação do partido Semilla, do presidente eleito Bernardo Arévalo, até o dia 31 de outubro. A inabilitação havia sido determinada pelo diretor do Registro de Cidadãos em 28 de agosto, o que impedia o partido de realizar qualquer atividade e limitava a atuação dos seus deputados. Essa decisão do TSE gerou polêmica e levou Arévalo a denunciar um plano de “golpe de Estado” para impedir a sua posse em janeiro de 2024.

O TSE justificou a suspensão da inabilitação do partido Semilla até o fim do processo eleitoral, que está marcado para terminar em 31 de outubro. O tribunal considerou que não seria razoável expor a vigência das organizações políticas enquanto o processo eleitoral ainda não estiver concluído.

Bernardo Arévalo, filho de um ex-presidente da Guatemala, venceu as eleições presidenciais com uma ampla margem de votos sobre a candidata do governismo, prometendo lutar contra a corrupção, um problema endêmico no país. No entanto, mesmo após a sua vitória, ainda falta a entrega do diploma de presidente eleito e outras formalidades para que Arévalo assuma o cargo.

Essa suspensão da inabilitação do partido Semilla foi vista como uma vitória pelos seus membros. Nino Matute, vereadora eleita do partido, afirmou que essa decisão traz “sanidade” a um momento crucial da história do país. O deputado Raúl Barrera também afirmou que, apesar de temporários, os efeitos dessa resolução têm um grande valor e que o TSE pediu aos três poderes do Estado que garantam a transmissão de poder aos eleitos.

Bernardo Arévalo denunciou que há um grupo de políticos e funcionários corruptos que se recusam a aceitar o resultado do segundo turno eleitoral. Ele afirmou que essas ações são impulsionadas pela promotora-geral Consuelo Porras, pelo promotor Rafael Curruchiche e pelo juiz Fedy Orellana, além de outras lideranças corruptas do Congresso.

Essa situação chamou a atenção da comunidade internacional. O chefe da Missão Eleitoral da OEA na Guatemala, Eladio Loizaga, advertiu sobre um possível “rompimento da ordem constitucional” no país devido às ações da justiça contra o partido de Arévalo.

Bernardo Arévalo, sociólogo e deputado de 64 anos, está prestes a assumir a presidência da Guatemala. Ele irá substituir o presidente Alejandro Giammattei, encerrando um ciclo de 12 anos de governos de direita. Sua eleição representa a esperança de mudança para o país, que enfrenta diversos desafios, incluindo a corrupção e a pobreza. Arévalo é filho do ex-presidente Juan José Arévalo, um líder da “primavera” democrática da Guatemala nos anos 40 e 50.

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