Hardison mostrou resultado ao público nesta quarta, nos Estados Unidos.
Equipe com mais de 100 profissionais participou de todo o processo
Paciente Patrick Hardison depois de acidente que deixou seu rosto deformado (esq.) e depois de receber um transplante de face (dir.)
O bombeiro Patrick Hardison, de 42 anos, passou pelo mais complexo transplante de rosto do mundo e disse, nesta quarta-feira (24), que se sente pela primeira vez em 15 anos como “um cara normal”. O procedimento foi feito há um ano, com uma equipe de mais de 100 médicos, enfermeiros e assistentes técnicos.
Além da questão da aparência, ele disse que agora pode comer, ver, ouvir e respirar normalmente. O bombeiro já havia feito 71 cirurgias reconstrutivas antes do transplante.
“Todos os dias eu tinha que acordar e buscar motivação para enfrentar o mundo”, disse. “Agora eu não me preocupo com as pessoas apontando e olhando pra mim, ou crianças correndo e chorando. Eu estou feliz”.
Desde 2005, cerca de 40 cirurgias de transplante de rosto foram feitas pelo mundo, mas a de Hardison foi a primeira delas a incluir também o couro cabeludo e as pálpebras. O bombeiro não tem cicatrizes no rosto e, mesmo que sua feição se pareça com a antiga, algumas características são bem diferentes – seus olhos são menores e seu rosto é mais redondo, mas a cor do cabelo ainda é a mesma.
Alison, filha de Hardison com 21 anos, disse que chorou após vê-lo pela primeira vez. “Eu entrei no quarto e fiquei sem palavras”, disse. “Ele me deu um abraço e nossos rostos se tocaram. Suas bochechas estavam quentes, e isso era algo que não sentia há 14 anos”.
“Ele foi muito infeliz”, completou Alison Hardison. “Agora, está feliz consigo e feliz com a vida.”
Eduardo Rodriguez, presidente do departamento de cirurgia plástica do Centro Médico NYU Langone, responsável pela cirurgia, disse que o bombeiro não teve problemas de rejeição ao transplante, consequência dos medicamentos, da força dele e dos filhos. “Ele é um indivíduo notável”, disse.
O valor estimado para o complexo procedimento é de US$ 1 milhão, de acordo com a NYU, mas o hospital cobriu o custo de Hardison.