Tiroteio em pista de boliche deixa 18 mortos e 13 feridos em cidade dos EUA, onde ataques a tiros se tornam cada vez mais frequentes

Na noite de quarta-feira, a pequena cidade de Lewiston, no Maine, teve sua tranquilidade interrompida por um terrível pesadelo. Um homem armado invadiu uma pista de boliche e começou a disparar contra as pessoas presentes. O resultado foi devastador: 18 pessoas mortas e 13 feridas. Infelizmente, cenas como essa têm se tornado cada vez mais comuns nos Estados Unidos.

Os ataques a tiros contra civis se tornaram uma triste realidade no país, onde as leis sobre o porte de armas variam de estado para estado e, em muitos casos, não é exigida uma licença para carregá-las em público. De acordo com o Gun Violence Archive, uma organização sem fins lucrativos que registra esses incidentes, só este ano já foram registrados 566 ataques com armas de fogo nos EUA, resultando em pelo menos 602 mortes e 2.343 feridos.

Esses números são os mais altos dos últimos dez anos, representando um aumento de mais de 200% em comparação ao mesmo período anterior. O ano de 2014 foi marcado por um triste recorde, com 227 massacres, 211 mortes e 915 feridos registrados até outubro, segundo o Gun Violence Archive. Foi também o último ano em que a média de tiroteios em massa ficou abaixo de um por dia no país.

A epidemia de mortes por armas de fogo nos Estados Unidos é preocupante. O país lidera o ranking global de posse de armamentos por civis, com uma média de uma arma para cada três adultos. Além disso, quase metade da população vive em uma casa onde há pelo menos uma arma. Os efeitos dessa proliferação são evidentes nos índices de mortes causadas por armas de fogo, que são muito maiores do que em outros países desenvolvidos.

Em 2019, o país registrou mais de 37 mil mortes por armas de fogo, ficando abaixo apenas do Brasil, que teve 49.4 mil mortes, de acordo com a World Population Review. Excluindo os suicídios, mais de 15 mil pessoas morreram neste ano nos Estados Unidos devido à violência armada.

O ataque de quarta-feira em Lewiston se tornou o mais mortal registrado este ano e o segundo com o maior número de mortos na história do país, perdendo apenas para o massacre ocorrido em Las Vegas, em 2017, que deixou 59 mortos e mais de 500 feridos. Esses incidentes trágicos evidenciam a importância de um controle mais rigoroso sobre o porte de armas.

No entanto, os esforços para reforçar o controle de armas têm enfrentado fortes resistências. Os republicanos, que defendem o direito constitucional de portar armas, têm se oposto a medidas mais restritivas. Em 2022, mesmo após uma série de ataques a tiros, a Suprema Corte, de maioria conservadora, derrubou uma legislação antiga do estado de Nova York que impunha limites ao porte de armas fora de casa, considerando-a inconstitucional.

Enquanto a discussão sobre o controle de armas continua, mais vidas são perdidas todos os dias para a violência armada. É necessário um debate sério e ação para encontrar soluções que garantam a segurança da população sem infringir direitos constitucionais. A tragédia de Lewiston serve como um lembrete triste e urgente dessa realidade.

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