Tio de Mahsa Amini é condenado a mais de cinco anos de prisão por críticas ao governo do Irã, dizem grupos de direitos humanos

O governo do Irã condenou Safa Aeli, tio da jovem Mahsa Amini, a mais de cinco anos de prisão por críticas e propaganda contra o governo, segundo informaram grupos de direitos humanos nesta terça-feira. Aeli, de 30 anos, foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão pelo tribunal revolucionário da cidade de Saqqez, no noroeste do Irã, região natal de sua família, anunciaram as organizações Hengaw e Human Rights Activists News Agency (HRANA).

De acordo com o advogado da família, Saleh Nikbakht, parte da pena de Aeli está suspensa e ele deverá cumprir um total de três anos e seis meses de reclusão. As acusações contra ele incluem participação em manifestações para perturbar a segurança interna, disseminação de propaganda antigovernamental e insultos ao líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Aeli é tio de Mahsa Amini, uma jovem iraniana curda de 22 anos morta em setembro de 2022, três dias após ter sido presa pela polícia da moral por supostamente violar o rígido código de vestimenta do país. O incidente gerou uma grande onda de protestos no Irã.

Sua família e ativistas dos direitos humanos alegam que ela foi espancada até a morte, o que as autoridades negam. As manifestações, que duraram várias semanas, foram dissolvidas por meio da repressão, levando à morte de centenas de pessoas e a milhares de detenções, segundo a ONU e outras ONGs.

O caso de Safa Aeli e a condenação de mais de cinco anos de prisão ilustram a situação dos direitos humanos no Irã e a repressão do governo a qualquer forma de contestação. A condenação de Aeli, assim como a morte de Mahsa Amini, suscitou preocupações de organizações de direitos humanos e chamou a atenção da comunidade internacional para a situação no país.

Com a condenação de Aeli e a continuidade da repressão a movimentos de contestação, o Irã se vê sob escrutínio global, num momento em que conflitos e dilemas éticos e legais decorrentes de “guerras sem fim” no século XXI colocam o mundo à beira de uma “década mais perigosa”, de acordo com um relatório recente. A situação no Irã, portanto, deve continuar a ser acompanhada de perto pela comunidade internacional e por organizações de direitos humanos nos próximos anos.

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