Tesouro Nacional fecha captação de US$ 4,5 bilhões em oferta pura no mercado externo, superando demanda de US$ 14 bilhões.

O Tesouro Nacional bateu recordes ao concluir a captação externa de US$ 4,5 bilhões nesta segunda-feira, 22. Segundo fontes do governo e do mercado, a demanda total pelos títulos chegou a US$ 14 bilhões, tornando esta a maior oferta feita em um só dia de forma “pura”, ou seja, sem trocas de títulos. A última vez que um volume similar foi observado foi em julho de 2005, quando o Brasil vendeu o equivalente a US$ 4,5 bilhões. No entanto, a oferta na época foi de troca de títulos, ao contrário da emissão recente.

A operação de captação incluiu a emissão de títulos em dólares com benchmark de dez e 30 anos no mercado externo, com US$ 2,25 bilhões captados em títulos de dívida de dez anos a uma taxa de 6,35%, e outros US$ 2,25 bilhões captados em papéis de 30 anos a uma taxa de 7,15%. Ambos os valores ficaram abaixo do Initial Price Thought (IPT), a primeira referência de taxas para testar o interesse pelos títulos, que foi de 6,625% e 7,500%, respectivamente. O Tesouro Nacional destacou que o objetivo da operação é promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, além de antecipar o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira.

A forte demanda pelos títulos sugere um momento favorável para o Brasil no cenário econômico global. Em novembro do ano passado, na última emissão soberana do Brasil, o país captou US$ 2 bilhões, enquanto em abril de 2023 a captação foi de US$ 2,25 bilhões em títulos de dez anos. Diante do aumento dos juros na economia mundial naquela época, os valores obtidos ficaram aquém do que foi conquistado nesta última emissão.

Os bancos Citigroup, Scotiabank e UBS Investment Bank lideraram a operação desta segunda-feira. Além disso, a expectativa é que novas emissões ocorram ao longo do ano, inclusive uma segunda rodada de títulos sustentáveis. Estes papéis com “pegada ambiental e social” foram considerados um “sucesso” devido às taxas obtidas, que se aproximaram das alcançadas por países classificados como grau de investimento.

A boa performance do Brasil no mercado financeiro é reforçada pelas recentes atualizações dos ratings concedidos pelas agências de classificação de risco. Em dezembro de 2020, a S&P Global elevou o rating de escala de longo prazo do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. A Fitch, que havia elevado a nota do Brasil em julho, manteve o rating BB do país no mês passado, enquanto a Moody’s manteve a agência com a maior nota concedida ao Brasil. Embora ainda esteja a dois degraus de distância do grau de investimento, tais atualizações sinalizam um cenário promissor para as finanças brasileiras. Com a preparação para uma nova captação prevista para maio, o Brasil caminha para solidificar sua posição nos mercados internacionais.

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