Essas mensagens, conforme a delação, eram feitas com o objetivo de inflamar os apoiadores do ex-presidente e eram cuidadosamente pensadas para serem disseminadas nas redes sociais. De acordo com o ex-ajudante de ordens, o próprio Jair Bolsonaro era o responsável por disseminar esses conteúdos em suas redes sociais. Além disso, Cid citou os nomes de José Matheus Sales Gomes, Mateus Matos Diniz e Tércio Arnaud Tomaz como integrantes desse “gabinete do ódio”.
A investigação da Polícia Federal procura esclarecer se Bolsonaro e seus aliados se utilizaram da estrutura da Presidência para criar e disseminar ataques direcionados a outros Poderes e entidades políticas. O ex-ajudante de ordens forneceu detalhes sobre como funcionava a operação do grupo, alegando que Bolsonaro era o responsável por postar no Facebook, enquanto seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), e os três assessores cuidavam do Twitter, do Instagram e de outras redes sociais do ex-chefe do Executivo.
O “gabinete do ódio” ganhou destaque e notoriedade por ter sido motivo de discordância entre os membros da família Bolsonaro. Segundo as informações reveladas, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não concordava com a estratégia de ataques promovida pelo grupo e acreditava que tais ações atrapalhavam as articulações do governo.
A íntegra da delação premiada de Mauro Cid não é pública, apenas trechos de suas declarações à PF foram divulgados pela imprensa. O ex-ajudante de ordens esteve presente em diversos momentos cruciais do governo Bolsonaro e sua colaboração as investigações pode causar impacto significativo para o ex-presidente. Cid admitiu sua participação em esquemas de fraudes dos cartões de vacina e implicou Bolsonaro como o mandante, além de ter revelado informações sobre a venda ilegal de joias sauditas e a tentativa de golpe de Estado após as eleições do ano passado.
Diante dessas revelações, o cenário político nacional se vê envolto em uma nova onda de polêmicas e tensões. As informações trazidas por Mauro Cid impõem desafios e questionamentos à gestão passada e podem ter implicações significativas para o futuro político do ex-presidente Jair Bolsonaro. A sociedade aguarda ansiosamente maiores desdobramentos dessas descobertas.