As investigações já apontam que as gravações são de mensagens de áudio enviadas por WhatsApp, deixando claro que não se tratam de interceptações telefônicas ou ambientais. A defesa de Cid se recusou a comentar sobre o assunto quando procurada.
Durante um depoimento, Cid alegou não se lembrar com quem teria dialogado e mencionou não ter relação com políticos, figuras do Judiciário ou outros investigados. Contudo, a preocupação de outros investigados nos inquéritos que envolvem Cid e Bolsonaro é grande, diante do receio de serem enquadrados na situação. O tenente-coronel assinou um acordo de delação premiada e forneceu informações sobre uma tentativa de golpe de Estado, desvio de joias da Presidência e suposta fraude no cartão de vacina.
As gravações que vieram a público na quinta-feira, expondo críticas de Cid à PF e ao STF, levantaram a hipótese de ele próprio ter divulgado o material. A suspeita é de que Cid tenha descumprido medidas cautelares impostas por Moraes no passado, o que resultou na sua prisão novamente decretada após uma audiência na Corte.
Nas mensagens vazadas, Cid expressa descontentamento com o trabalho dos investigadores e de Moraes, alegando estar sendo vítima de uma narrativa predefinida que não busca a verdade. Durante a audiência, o tenente-coronel afirmou que a delação foi feita de forma voluntária e que não sofreu pressão para fornecer informações falsas.
Ao firmar o acordo de delação premiada, Cid aceitou uma série de restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica, afastamento do cargo no Exército, proibição de sair à noite e nos finais de semana, entre outras medidas. O caso continua sendo acompanhado de perto pela Polícia Federal e pelo STF, que agora reavalia a homologação da colaboração do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.