O presidente da República, Michel Temer, disse nesta segunda-feira (3), em entrevista à Rádio Bandnews, ter “quase certeza” de que conseguirá barrar na Câmara dos Deputados a denúncia contra ele por corrupção passiva.
Ele foi denunciado pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal sob a acusação de corrupção passiva. Para que o processo tenha tramitação no Supremo, é necessária autorização do plenário da Câmara, pelos votos de ao menos três quintos (342) dos 513 deputados, diz o G1.
“Eu tenho a esperança no sentido de quase certeza – digamos assim, absoluta – de que nós vamos ter sucesso na Câmara dos Deputados”, disse Temer.
Depois de ser analisada pela Comissão de Constitutição e Justiça, que emitirá um parecer, a denúncia seguirá para o plenário da Câmara.
Para que a denúncia prossiga no Supremo, serão necessários pelo menos 342 votos entre os 513 deputados.
Na entrevista à rádio, Temer disse que há ainda 363 deputados indecisos e que, por isso, tem esperança de que conseguirá manter a base governista unida para fazer com que a denúncia não vá adiante.
“Eu tenho [confiança de que a base estará com o governo]. Estarei muito obediente àquilo a Câmara decidir. Mas dou um dado interessante. Há cerca de 363 indecisos. Você sabe que os indecisos são aqueles que vão dar o seu voto no último momento. Os que são contra dizem logo que são contra”, afirmou.
Ele criticou ainda o teor da denúncia, que chamou de “frágil e inconsistente”. “Quando a Câmara tomar conhecimento técnico da defesa que será feita, que serão meras explicações, verá que a votação necessária para processar a denúncia não se dará. Isso tenho quase absoluta certeza”, afirmou.
Ainda durante a entrevista, Temer disse ainda ter certeza do que está fazendo “não só no plano governamental como ético e também moral”.
“O Brasil não para. O Brasil continua e temos certeza daquilo que estamos fazendo, não só no plano governamental, como ético e também moral”, declarou.
A entrevista ocorreu poucas horas após a divulgação da notícia sobre a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que era um dos aliados mais próximos de Temer. O presidente, porém, não foi questionado sobre o fato.
03/07/2017