Stédile reconhece erro do MST ao invadir Embrapa e defende gestão Lula com autonomia, durante CPI.

Em um depoimento à CPI do MST, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, admitiu que invadir a fazenda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina (PE) foi um erro. Stédile negou qualquer ligação entre o movimento e o Partido dos Trabalhadores (PT), mas afirmou que o agronegócio que não está com o ex-presidente Lula é burro.

No começo deste ano, como parte do “abril vermelho”, o MST invadiu uma área de preservação ambiental e de pesquisas genéticas da Embrapa em Pernambuco. Após a ocupação, a empresa pública emitiu um comunicado condenando a ação. Stédile reconheceu o equívoco, mas tentou justificar a invasão, alegando que cada acampamento tem autonomia para tomar suas próprias decisões.

O depoimento de Stédile foi marcado por um duelo com o relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP). Salles confrontou Stédile com acusações de lideranças do MST que se apropriam indevidamente de recursos e não os distribuem para os demais assentados. Stédile tentou minimizar esses casos, mas Salles afirmou que as informações reunidas pela CPI mostram o contrário.

Salles também questionou Stédile sobre a existência de uma associação que controla o site do MST, assina convênios e recebe recursos públicos em nome do movimento. Stédile afirmou que não tinha conhecimento dos repasses financeiros para essa associação, mas Salles indicou que a CPI mostrará as ligações entre políticos de esquerda e a associação.

Durante o depoimento, Stédile tentou fazer propaganda das ações do MST e criticou o setor do agronegócio que, segundo ele, ainda não percebeu os prejuízos que causa. Ele chamou a Aprosoja de “agronegócio burro” e afirmou que ele está com os dias contados.

Após o depoimento de Stédile, alguns deputados do PT e PSOL aplaudiram e abraçaram o líder do MST. A sessão da CPI do MST foi marcada por um embate entre a oposição e a base do governo, que tentaram aproveitar a ocasião para fazer denúncias sobre o movimento.

A apresentação do relatório final da CPI do MST, previsto para hoje, foi adiada. Deputados da oposição pretendem fazer diligências na região sul da Bahia antes de encerrar os trabalhos. O Estado da Bahia é uma das principais frentes de investigação da comissão, que busca apurar o papel da polícia do Estado e os planos do governo para coibir as invasões de terras.

Nesta quarta-feira, a CPI ouvirá o secretário de Segurança Pública da Bahia e o coronel da Polícia Militar baiana. O ministro da Agricultura, que havia sido convidado, recusou o convite e não participará da audiência.

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