Juliana Noda, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), explicou que após o final das diligências, esse processo vai ser concluído pelo relator e apresentado à Corte, e em seguida, o julgamento será marcado. No entanto, ela alerta que o processo demanda tempo e que o tribunal entra em recesso de final de ano no próximo dia 20, retomando as atividades no dia 7 de janeiro, o que indica que um desfecho deve ocorrer apenas no final do mês que vem.
Caso o senador seja condenado, ainda pode recorrer à segunda instância da Corte local e, posteriormente, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas essas etapas precisariam ser cumpridas antes de Moro efetivamente perder sua cadeira no Congresso Nacional. As acusações contra o ex-juiz envolvem a desistência em concorrer à Presidência e a migração partidária do Podemos para o União Brasil, movimentos que teriam driblado a legislação eleitoral e levado a exceder o gasto limite de campanha. São alegações que prometem trazer desdobramentos políticos interessantes nos bastidores.
Enquanto isso, nos bastidores, a vaga do ex-juiz já é disputada em uma espécie de pré-campanha eleitoral. Caso ocorra a cassação, um novo pleito seria disputado. O PL articula o nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, enquanto no PT, a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, desponta como nome. A presença de Michelle Bolsonaro no palanque é tido com bons olhos pelos articuladores de Moro, que acreditam que o senador ganharia sobrevida sob o risco de uma integrante da família Bolsonaro vir a assumir sua vaga. É um cenário político que promete movimentar ainda mais os próximos meses.