Durante a sabatina na CAE, os dois indicados defenderam veementemente a autonomia do Banco Central. Paulo Picchetti ressaltou que a independência da autoridade monetária “foi uma escolha democrática e deve ser respeitada”, destacando a importância da autonomia na eficiência do funcionamento do Banco Central. Ele enfatizou que bancos centrais independentes desempenham sua função de forma superior, e que a autonomia não significa ausência de diálogo ou prestação de contas.
Rodrigo Alves Teixeira também reforçou a necessidade de autonomia, mas ressaltou a importância de um “diálogo democrático” entre a instituição e o Palácio do Planalto. Ele destacou que a autonomia não afasta a possibilidade de um diálogo democrático entre ambas as partes, para que haja uma coordenação entre as políticas monetárias e fiscais, considerando as interações entre ambas. Além disso, Teixeira enfatizou que a autonomia não isenta a autoridade monetária de críticas, que deve ser vista como natural e bem-vinda em uma democracia.
Ao ser questionado sobre o impacto da política monetária na vida dos cidadãos, Paulo Picchetti afirmou que o controle da inflação e dos preços deve ser uma preocupação constante do Banco Central, visando beneficiar a população como um todo, inclusive os mais carentes.
As indicações de Rodrigo Alves Teixeira e Paulo Picchetti foram relatadas pelos senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), respectivamente, e aprovadas com maioria favorável. Teixeira é formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e atua como analista do Banco Central desde 2002, enquanto Picchetti é formado em Economia pela PUC-SP e possui mestrado na USP e doutorado na University of Illinois (Estados Unidos).
A sabatina foi conduzida pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e contou com a participação dos senadores Damares Alves (Republicanos-DF) e Wellington Fagundes (PL-MT).
A preocupação com a autonomia e a responsabilidade do Banco Central foi uma constante durante a sabatina, ressaltando a importância do diálogo democrático entre a instituição e o governo, visando o melhor resultado para o país. As indicações dos economistas Rodrigo Alves Teixeira e Paulo Picchetti seguem para votação no Plenário, onde serão discutidas e votadas pelos senadores.