SENADO FEDERAL – “Aprovado projeto que garante compensação de R$ 27 bilhões da União para estados e DF por perda de receita com ICMS sobre combustíveis”

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (4) o projeto de lei complementar que prevê a compensação de R$ 27 bilhões da União para estados e o Distrito Federal devido à perda de receita causada pelo corte de ICMS sobre combustíveis. O projeto, enviado pelo Executivo e relatado pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), deveria ser encaminhado à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), mas o senador Otto Alencar (PSD-BA) obteve urgência para análise em Plenário.

O PLP 136/2023 estabelece transferências ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) para compensar as perdas de 2023 em relação a 2022. Essa proposta atende a um acordo entre a União e os estados, que haviam conseguido liminares no Supremo Tribunal Federal (STF) exigindo compensações maiores do que as previstas na Lei Complementar 194, de 2022, que reduziu o ICMS sobre combustíveis e resultou em perda de arrecadação para os estados no segundo semestre do ano passado.

O relator do projeto ressaltou que a demanda dos governadores e dos municípios é antiga e que o texto proposto oferece soluções para a compensação financeira e dedução de dívidas, além de transferências diretas e outras medidas para mitigar os efeitos negativos da redução de arrecadação do ICMS. Uma das inclusões feitas pelos deputados é a antecipação das compensações para este ano, por meio da entrega de valores previstos para 2024.

Embora a maior parte dos parlamentares apoie o projeto, alguns se manifestaram contra o artigo 15 da proposta, que permitiria ao governo deixar de aplicar o valor mínimo constitucional de investimento em saúde e educação durante o ano de 2023. O senador Ciro Nogueira apresentou uma emenda para suprimir esse artigo, mas ela foi rejeitada. Outros parlamentares também expressaram preocupação em relação à redução de recursos para saúde e educação.

Por outro lado, líderes do governo no Senado defendem o projeto como uma maneira de ajudar os municípios e estados que foram afetados pela perda de receita. Eles argumentam que a atual situação é resultado do teto de gastos implementado anteriormente e que não há intenção de prejudicar a saúde e a educação. Além disso, o relator do Orçamento em 2022 destacou que desde a implementação do teto de gastos, a saúde pública vem perdendo recursos ano após ano.

O projeto agora passará por análise em Plenário antes de seguir para a Câmara dos Deputados. A expectativa é de que a proposta seja aprovada e contribua para aliviar a situação financeira dos estados e municípios que foram prejudicados pelo corte de ICMS sobre combustíveis.

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