Secretário do Tesouro Nacional admite dificuldade em atingir meta de déficit zero em 2024, mas não cogita mudança na estimativa

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, admitiu em entrevista nesta sexta-feira que será difícil alcançar a meta de déficit primário zero em 2024, conforme previsto no novo arcabouço fiscal. No entanto, ele ressaltou que não há planos de mudança na estimativa por parte do governo.

Durante a entrevista, Ceron destacou que o cenário externo tem se deteriorado nas últimas semanas, com indicadores que apontam para uma desaceleração econômica no Brasil. Ele afirmou que a equipe econômica está ciente desses impactos, mas continuará buscando o melhor resultado fiscal possível para 2024.

As declarações do secretário do Tesouro foram feitas pouco antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que o governo provavelmente não conseguirá cumprir a meta de zerar o déficit primário nas contas públicas até 2024. Essa declaração de Lula gerou reações negativas no mercado, com a Ibovespa registrando forte queda e a cotação do dólar subindo.

Ceron ressaltou que a equipe econômica está acompanhando de perto as pressões sobre a atividade econômica para 2024, principalmente no cenário externo. Ele mencionou que, internamente, os indicadores indicam uma desaceleração econômica.

O secretário do Tesouro destacou a importância de enfrentar esse cenário desafiador com serenidade, técnica e transparência. Ele reforçou que a meta de déficit zero em 2024 continua sendo perseguida e que os técnicos estão analisando cuidadosamente os impactos.

Para o ano de 2023, Ceron mencionou que também existem pressões nas despesas primárias, como a antecipação das parcelas de compensação do ICMS aos estados e as compensações de fundos de participação para governos estaduais e municipais. Ele afirmou que ainda não é possível cravar o efeito das medidas aprovadas no Congresso, que impactam o resultado primário.

Em relação ao resultado das contas do governo central em setembro, o secretário informou que foi registrado um superávit primário de R$ 11,5 bilhões. Esse é o melhor resultado para o mês desde 2010, quando o saldo ficou positivo em R$ 25,94 bilhões. No entanto, no acumulado do ano, as contas estão no vermelho em R$ 93,73 bilhões. O resultado do mês também foi impulsionado por receitas atípicas, como R$ 26 bilhões provenientes de dinheiro “esquecido” em fundos de PIS/Pasep.

Em resumo, embora o governo mantenha a meta de déficit primário zero em 2024, o secretário do Tesouro Nacional reconheceu que será um desafio alcançá-la devido a deterioração do cenário externo e a desaceleração econômica interna. A equipe econômica continua analisando os impactos e buscando as melhores decisões para assegurar um resultado fiscal satisfatório.

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