Secretário do Itamaraty espera movimento em defesa do combate às emissões na Argentina, apesar do perfil negacionista do presidente eleito.

Recentemente, o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, André Corrêa do Lago, expressou preocupação em relação às declarações do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, conhecido por suas visões negacionistas em relação às mudanças climáticas. Durante a campanha, Milei afirmou que o aquecimento global é “mais uma das mentiras do socialismo” e que o tema se enquadra em uma agenda de “marxismo cultural”.

Diante desse cenário, Corrêa do Lago declarou esperar que haja um movimento em defesa de medidas para conter as emissões de gases de efeito estufa na Argentina. Ele acredita que a resposta a isso deve ser baseada na ciência e espera que haja um debate interno sobre o tema entre os cientistas e acadêmicos argentinos, levando a um posicionamento construtivo. Além disso, destacou a importância do país vizinho, com uma economia relevante, estar atento às questões climáticas.

Apesar das declarações de Milei, o secretário acredita que a visão das novas autoridades argentinas sobre o assunto pode se adaptar à nova realidade, especialmente diante dos fenômenos climáticos extremos que afetam o mundo, como enchentes e ondas de calor. Ele ressaltou ainda que, quando o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, adotou uma postura negacionista em relação às mudanças climáticas, o cenário era diferente. No entanto, atualmente, o debate ganhou força, com eventos extremos ocorrendo em diversos países.

É importante destacar que a posse de Milei ocorrerá após a reunião de chefes de Estado na COP 28, conferência mundial sobre o clima em Doha, o que significa que o futuro governo argentino não terá influência no evento. No entanto, o secretário está atento à postura que o país adotará em relação às questões ambientais, considerando a importância de medidas globais para combater as mudanças climáticas.

Portanto, diante das declarações negacionistas de Milei, o posicionamento do Itamaraty demonstra preocupação e expectativa em relação à abordagem que a Argentina adotará em relação às mudanças climáticas, com a esperança de que a ciência prevaleça e que medidas eficazes sejam tomadas para conter as emissões de gases de efeito estufa.

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