SAÚDE – SBIm critica pesquisa do CFM sobre obrigatoriedade da vacinação de crianças contra covid-19, alertando para impacto na população.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) divulgou nessa quinta-feira (11) um posicionamento crítico em relação a uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a obrigatoriedade da vacinação de crianças de 6 meses a menos de 5 anos contra a covid-19. Por meio de um formulário, o CFM está conduzindo a pesquisa para entender a percepção dos médicos brasileiros sobre a obrigatoriedade, afirmando que a opinião dos profissionais é fundamental para enriquecer a análise e contribuir para a tomada de decisões futuras.

Segundo a SBIm, a pesquisa pode gerar insegurança na comunidade médica ao equiparar crenças pessoais à ciência, o que poderia afastar a população das salas de vacinação. A entidade afirma que a pesquisa realizada pelo CFM não trará nenhum benefício à sociedade.

Além disso, a SBIM ressalta que a covid-19 foi responsável por 5.310 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e 135 mortes entre crianças menores de 5 anos no Brasil em 2023, de acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que reúne dados até novembro. Desde o início da pandemia, houve 2.103 casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), com 142 mortes.

Diante disso, a sociedade ressalta que a vacinação contra a covid-19 é uma estratégia comprovadamente eficaz e segura para a prevenção da doença, que também pode ser fatal entre crianças. O último boletim de monitoramento de Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação e à Imunização (Esavi) do Ministério da Saúde reforça a segurança da vacina, mostrando que a grande maioria dos eventos atribuíveis à vacinação foram leves ou moderados.

A SBIM argumenta que o Brasil dispõe de dispositivos legais que estabelecem a obrigatoriedade da vacinação de menores de 18 anos, como os artigos 227 da Constituição Federal e 14 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que determina em parágrafo único que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.

A Agência Brasil solicitou um posicionamento do CFM sobre as críticas e questionou por que a pesquisa está sendo realizada e como o conselho pretende divulgar e aproveitar o resultado. Até o fechamento desta reportagem, não houve retorno por parte do CFM.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo