SAÚDE – “Jovem vítima de hanseníase luta contra preconceito e denuncia falta de diagnóstico e tratamento adequados no Brasil”

O jovem João Victor Pacheco descobriu que tinha hanseníase aos 17 anos, enquanto trabalhava como padeiro. Ele conta que começou a ter queimaduras, mas não sentia nada. Esse é um dos sintomas da doença, a diminuição ou perda da sensibilidade térmica. A partir desse momento, iniciou sua luta e ativismo em prol da conscientização e do tratamento adequado para a hanseníase.

Na conversa com a jornalista Mara Régia, no programa Viva Maria, da Rádio Nacional, João relatou as dificuldades que enfrentou em busca do diagnóstico e de um tratamento eficaz. Ele afirma que está em seu terceiro tratamento e que, se tivessem examinado seus familiares quando ele foi diagnosticado, a reinfeção poderia não ter acontecido. O jovem mora em Cuiabá, capital de Mato Grosso, um estado considerado endêmico para a hanseníase.

Além da batalha contra a doença, João também enfrentou o preconceito desde os 17 anos. Ele ressalta que, embora não sofra diretamente com o preconceito, sabe que acontece frequentemente. A técnica em nutrição Marly Barbosa de Araújo também denuncia a falta de conhecimento dos profissionais de saúde acerca da doença. Ela relata que o diagnóstico tardio veio em razão de falhas no atendimento que precisou passar por várias unidades até conseguir uma resposta.

Marly enfrentou preconceito até mesmo de vizinhos, que sugeriram que ela vendesse seu apartamento por conta da hanseníase, insinuando que a doença desvalorizava o imóvel. Ela destaca que é importante desmistificar que a hanseníase é uma doença exclusiva de pessoas de baixa renda, e que o preconceito também existe entre pessoas esclarecidas.

De acordo com as informações do Ministério da Saúde, o Brasil diagnosticou ao menos 19.219 novos casos de hanseníase entre janeiro e novembro de 2023, 5% a mais do que no mesmo período de 2022. O estado de Mato Grosso segue liderando o ranking das unidades federativas com maiores taxas de detecção da doença.

Além disso, o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase é celebrado sempre no último domingo de janeiro. A doença é causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen. Os sintomas iniciais incluem manchas na pele, lesões e perda de sensibilidade, podendo evoluir para fraqueza muscular e formigamento nas mãos e pés. Quando não tratada precocemente, a hanseníase pode causar sequelas progressivas e permanentes, incluindo deformidades, redução da mobilidade e cegueira.

Assim, a conscientização, o combate ao preconceito e a busca por tratamentos eficazes são fundamentais para a luta contra a hanseníase.

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