Os testes em animais devem iniciar no segundo semestre de 2024 e os pesquisadores vêm estudando essa vacina desde 2015, quando o Brasil enfrentou uma epidemia do vírus. Entre 2015 e 2022, o Ministério da Saúde registrou quase 1,9 mil casos de microcefalia congênita no país.
Estudos preliminares feitos em animais mostraram que a vacina é capaz de gerar anticorpos neutralizantes contra o Zika. A próxima etapa programada para agosto de 2024 é realizar testes pré-clínicos de segurança para verificar a tolerabilidade e possíveis reações adversas.
Apesar de estar em fase inicial, a expectativa em relação à nova candidata a vacina é positiva, já que ela utiliza técnicas clássicas de produção e um adjuvante tradicional, o hidróxido de alumínio, métodos reconhecidos e considerados seguros pela comunidade científica.
De acordo com o instituto, o processo de produção do imunizante envolve, principalmente, a multiplicação do vírus em biorreatores, filtragem para eliminação de contaminantes celulares, inativação do vírus e purificação. O produto final pode ser armazenado em refrigeração comum, entre 2°C e 8°C.
Mais de 60 diferentes composições foram testadas nos últimos anos, e neste momento os pesquisadores estão concentrados na versão final, que será submetida a estudos pré-clínicos. Com a fórmula estabelecida, o produto tem uma estabilidade de 100% por pelo menos quatro meses e atividade comprovada por até oito meses.
A microcefalia é uma condição que demanda cuidados médicos ao longo da vida, já que as crianças podem apresentar diversos problemas de saúde. A principal forma de evitar a doença é eliminando os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus Zika.
O estudo da vacina contra o Zika teve um período de desaceleração devido à epidemia, durando aproximadamente um ano e prejudicando o progresso da pesquisa. Contudo, o trabalho continuou até 2020, quando os esforços das equipes de virologia precisaram se voltar para a pandemia de covid-19, resultando na pausa do projeto.