De acordo com o documento, o Brasil importa aproximadamente 90% da matéria-prima necessária para a produção de vacinas e medicamentos, e cerca de 50% dos equipamentos médicos também são importados. Essa dependência externa representa um desafio para a autossuficiência do país em momentos de crise, como a pandemia de Covid-19.
Apesar dessa falta de autossuficiência, a nota ressalta a presença de instituições renomadas na produção de vacinas no país. Entre elas, destacam-se o Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o Instituto Butantan, que é o décimo maior produtor de vacinas do mundo. Essas instituições têm desempenhado um papel fundamental na produção e distribuição das vacinas contra a Covid-19 no Brasil.
No entanto, o relatório alerta que o país ainda está longe de ser autossuficiente na produção de vacinas. Enquanto a China conta com mais de mil fábricas produtoras de matéria-prima para vacinas, o Brasil possui apenas cerca de 15. Isso significa que o país fica vulnerável às oscilações nas relações comerciais entre grandes potências, como China, Estados Unidos e Europa.
Além disso, o relatório da Oxfam destaca a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, há cerca de meio milhão de pessoas na fila de espera para realizar procedimentos eletivos, o que demonstra a necessidade de investimentos e melhorias na infraestrutura de saúde do país.
O relatório também alerta para a importância de se preparar para novas demandas futuras, como novos surtos de doenças infecciosas. Mesmo com a redução de infecções por Covid-19 devido à vacinação, especialistas temem a ocorrência de novos surtos e ressaltam a importância de manter a procura pelas doses de reforço.
Outros desafios mencionados no relatório são o envelhecimento da população, previsto para as próximas décadas, e as mudanças climáticas, que podem impactar a saúde pública de forma significativa.
Diante desses desafios, é fundamental investir na capacidade de produção de vacinas no país e fortalecer o sistema de saúde como um todo. A dependência extrema da importação de matéria-prima e equipamentos médicos coloca o país em uma posição vulnerável no cenário global, o que pode comprometer a saúde da população e a resposta a futuras crises sanitárias.