Os números preocupantes mostram que os tribunais do país tiveram 6.189 novos processos relacionados a exercício ilegal da medicina, enquanto as delegacias de Polícia Civil registraram 3.337 boletins de ocorrência. O levantamento realizado em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e as polícias civis dos estados por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) revela um cenário preocupante em relação à segurança dos pacientes.
O estado do Rio de Janeiro lidera as estatísticas, com 937 ocorrências registradas nas delegacias de Polícia Civil, resultando em 11 mortes e 31 casos de lesão corporal grave. Já São Paulo aparece em segundo lugar, com 528 ocorrências, seguido por Minas Gerais, com 337 casos.
O presidente do CFM, José Hiran Gallo, alertou para a importância de buscar profissionais com registro válido nos Conselhos Regionais de Medicina, destacando a gravidade de se submeter a procedimentos realizados por profissionais não capacitados. Ele ressaltou a necessidade de fugir de promessas milagrosas, principalmente aquelas veiculadas nas redes sociais.
Além disso, o CFM enfatizou casos emblemáticos de exercício ilegal da medicina que ganharam repercussão, como a prisão de um dentista no Recife por dar cursos ilegais de reposição hormonal e as investigações em Goiânia contra profissionais que realizavam procedimentos estéticos exclusivos de médicos. Em meio a esses casos, a recomendação é denunciar irregularidades na polícia e nos conselhos de medicina para que sejam tomadas as devidas providências.
Diante desse cenário preocupante, é fundamental que a sociedade esteja ciente dos perigos envolvidos e busque sempre profissionais qualificados e devidamente registrados para cuidar da sua saúde. A prática ilegal da medicina é crime e deve ser tratada com a seriedade que o assunto exige para garantir a segurança e o bem-estar de todos os pacientes.