O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, já havia adiantado na semana passada que as negociações para a comercialização de autotestes para dengue estavam em andamento entre a agência e o ministério. Segundo Barra Torres, é fundamental que haja uma política pública estabelecida pelo Ministério da Saúde para garantir que os autotestes para dengue possam contribuir para o monitoramento e notificação dos casos em todo o Brasil.
A coordenadora-geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde, Marília Santini, também confirmou que houve reuniões com a Anvisa para discutir o tema. Ela explicou que o teste rápido e o autoteste são essencialmente o mesmo dispositivo, sendo que o primeiro é realizado por um profissional de saúde e o segundo pelo próprio paciente.
Santini ressaltou que, diferentemente do autoteste para covid-19, que contribui para interromper a transmissão do vírus, o autoteste para dengue não cumpre essa função, pois a doença é transmitida apenas pela picada do mosquito Aedes aegypti. Portanto, é necessário aguardar o desenrolar das negociações entre a Anvisa e o Ministério da Saúde para definir a comercialização dos autotestes.
A decisão da Anvisa em adiar a discussão mostra a cautela das autoridades em garantir que os autotestes para dengue estejam de acordo com políticas de saúde pública e contribuam efetivamente para o monitoramento e controle da doença no país. A expectativa agora é de que os alinhamentos necessários sejam feitos para que uma decisão final seja tomada em breve.