Essa tendência de retiradas já vinha sendo observada nos últimos meses. Em julho, por exemplo, o resultado também foi negativo, com saques líquidos de R$ 3,581 bilhões. Mas foi em agosto de 2022 que o saldo se mostrou ainda mais desfavorável, atingindo a marca de R$ 22,015 bilhões – o pior resultado já registrado desde o início da série histórica.
Foi necessário adiar a divulgação do resultado de agosto devido à operação-padrão dos servidores do Banco Central e ao feriado de 7 de setembro. O dado deveria ter sido publicado na quarta-feira, 6, às 15 horas, mas acabou sendo divulgado apenas na sexta-feira.
No mês passado, foram aplicados na poupança cerca de R$ 321,605 bilhões, enquanto os brasileiros sacaram R$ 331,680 bilhões. O saldo total da caderneta ao final de agosto ficou em R$ 969,126 bilhões, considerando o rendimento de R$ 6,275 bilhões.
Os números refletem a realidade vivida pela poupança nos últimos anos. Desde 2021, a aplicação vem perdendo recursos de forma consecutiva, afetada pela inflação elevada, endividamento das famílias e juros altos. O ano de 2022 foi particularmente desafiador, com um saldo negativo de R$ 103,237 bilhões – o pior desempenho já registrado desde o início da série histórica em 1995.
Atualmente, a taxa Selic, que é utilizada como base para remunerar os investimentos, está em 13,25% ao ano. A poupança, por sua vez, é remunerada pela taxa referencial (TR) somada a uma taxa fixa de 0,5% ao mês. Quando a Selic é menor que 8,5%, a atualização passa a ser feita pela TR mais 70% da taxa básica de juros.
Diante desse cenário negativo, mais pessoas têm buscado alternativas para investir seu dinheiro. A Bolsa de Valores, por exemplo, tem registrado aumento na procura e se apresenta como uma opção mais rentável para aqueles que desejam ver seu patrimônio crescer. No entanto, é importante lembrar que investimentos em renda variável envolvem riscos e exigem conhecimento do mercado financeiro. Por isso, é fundamental buscar orientação especializada antes de tomar qualquer decisão.
