As regiões atingidas pelos mísseis russos incluem Kharkiv, Zaporizhzhia, Dnipro, Khmelnytsky e Kryvyi Rih, esta última sendo a província de origem do presidente Volodymyr Zelensky. Em Kryvyi Rih, uma pessoa morreu após os mísseis atingirem um shopping center e arranha-céus, enquanto cortes na rede elétrica também foram registrados em algumas áreas atingidas.
Desde o final do ano passado, tanto a Rússia quanto a Ucrânia aumentaram a intensidade dos ataques entre si, resultando na morte de dezenas de pessoas em ambos os lados da fronteira. Os bombardeios têm provocado retaliações e deslocamentos internos, intensificando ainda mais a crise humanitária na região.
Em resposta ao ataque, cerca de 300 pessoas na cidade de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, foram evacuadas para centros de acolhimento afastados da linha de frente, na maior retirada civil de uma cidade russa desde o início da operação militar em fevereiro de 2022. Os moradores serão acomodados em abrigos em outras cidades, e o governo já recebeu mais de 1.300 solicitações para o envio de menores de idade de Belgorod para acampamentos escolares em outras regiões.
O conflito entre Rússia e Ucrânia atingiu um impasse, com a linha de frente praticamente travada após a contraofensiva ucraniana no ano passado e a incapacidade do Exército russo de romper as defesas de Kiev. O governo ucraniano alertou sobre a escassez de munição e pediu por mais ajuda internacional, ressaltando a importância crucial desse apoio para a continuidade da resistência.
Enquanto isso, as tentativas diplomáticas de alcançar uma solução pacífica não apresentam nenhum avanço. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, afirmou em entrevista ao El País que o presidente russo, Vladimir Putin, não está interessado em buscar a paz, e que o único plano para Kiev é vencer militarmente o conflito.
“Putin não quer um conflito congelado e nem a paz. Aqueles que sugerem um conflito congelado argumentam que atuam a favor dos interesses da Ucrânia e do mundo, mas na realidade estão ajudando Putin e ignorando o que é a Rússia hoje”, declarou Kuleba. “Há guerras em que um lado deve ganhar e outro deve perder. E a agressão russa contra a Ucrânia é esse tipo de guerra. A Ucrânia deve ganhar. A Rússia deve perder. E todo o pensamento político deveria concentrar-se em conquistar esse objetivo”.
O ataque russo e a resposta ucraniana continuam a intensificar o conflito no Leste Europeu, sem perspectiva imediata de uma solução pacífica à vista. A comunidade internacional continua atenta e preocupada com os desdobramentos desse cenário, que impacta não apenas a Ucrânia e a Rússia, mas toda a região do Leste Europeu.