Rosa Weber se despede do STF após onze anos como ministra e 41 anos como magistrada: “Supremo seguirá vigilante pela defesa da democracia”.

No último dia de sua presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Rosa Weber faz um balanço de sua gestão e ressalta o compromisso do tribunal com a defesa da democracia. Em seu relatório de 289 páginas, ela afirma que o STF permanece firme, vigilante e resiliente na proteção dos valores democráticos e na busca pela concretização das promessas civilizatórias da Constituição.

Rosa Weber, que completará 75 anos em breve, está se aposentando de maneira obrigatória, após 41 anos como magistrada e mais de um ano como presidente do STF. Durante sua gestão, ela enfrentou tensões nas eleições presidenciais de 2022 e viveu o ápice da crise política com os ataques golpistas de 8 de janeiro. Apesar desses desafios, a ministra cumpriu sua promessa de reconstruir o plenário do STF, garantindo que a democracia permanecesse inabalada.

A invasão ao STF foi realizada por uma “turba insana movida pelo ódio e pela irracionalidade”, segundo Rosa. Ela assegurou que os responsáveis por esses atos seriam responsabilizados com rigor da lei. Até o momento, três pessoas foram condenadas pelos ataques e outros seis réus estão sendo julgados.

Durante sua presidência, Rosa não implementou mudanças estruturais no funcionamento do STF, mas introduziu uma regra que limita o tempo para análise de um caso, suspendendo julgamentos. Além disso, estabeleceu normas para evitar a permanência de liminares por longos períodos sem o referendo dos demais colegas.

A ministra também reservou espaço na pauta para julgar casos emblemáticos antes de sua aposentadoria. Entre eles, estão o marco temporal da demarcação de terras indígenas e a descriminalização do porte de drogas. O julgamento da ação que pede a descriminalização do aborto, do qual Rosa é relatora, também teve início, com o voto favorável da ministra à descriminalização até a 12ª semana de gestação.

A saída de Rosa da presidência representa uma mudança de perfil na condução do STF, já que Luís Roberto Barroso assumirá o cargo. Ministros afirmam que o grande trunfo da gestão de Rosa foi manter o tribunal unido diante dos ataques antidemocráticos. Agora, Barroso terá o desafio de manter esse clima de união entre os colegas.

A data exata da aposentadoria de Rosa ainda não foi definida, mas pode ocorrer até a próxima segunda-feira. Até lá, ela continuará presidindo sessões e participando de julgamentos no plenário virtual. A ministra deixa um legado de firmeza, competência e defesa da democracia, sendo admirada por sua conciliação e disciplina na condução dos trabalhos.

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