Segundo informações divulgadas, o cancelamento não partiu do ministro, mas sim, de líder do governo José Guimarães (PT-CE). Por outro lado, fontes internas do ministério indicam que a decisão de suspender a reunião veio do próprio ministro, diante do desconforto gerado pelas declarações de Lira. A ideia é adiar o encontro para depois do feriado de Carnaval.
Fernando Haddad, ao ser questionado sobre as declarações de Lira, limitou-se a dizer que “está tudo bem” em referência ao discurso do presidente da Câmara. No entanto, líderes da Câmara afirmam que o adiamento foi solicitado por eles, a fim de evitar mais desentendimentos.
O discurso de Lira na abertura do ano legislativo foi considerado duro por integrantes do governo, que interpretaram suas palavras como uma crítica tanto ao Poder Executivo quanto à equipe econômica. O principal tema a ser discutido na reunião cancelada era uma nova proposta para a reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, intensivos em mão de obra.
Entretanto, o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues, havia sinalizado que esse assunto poderia ser tratado separadamente em um projeto de lei autônomo. Além disso, o governo também pretende esperar até 22 de março para a apreciação dos vetos do presidente Lula ao Orçamento, após a apresentação do relatório bimestral de receitas.
Nesse sentido, é importante ressaltar que o governo vetou parte da verba destinada para emendas parlamentares de comissão, assim como o calendário de pagamento obrigatório das emendas individuais e de bancada. A expectativa é que a sessão do Congresso para tratar desses vetos aconteça após o balanço bimestral, a fim de proporcionar uma análise mais adequada das finanças públicas.
