Renan diz que nunca tratou de impropriedades com Delcídio

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira (2) que nunca tratou de “impropriedades” com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso na Operação Lava Jato há uma semana. Renan deu a declaração ao responder sobre o depoimento que o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, deu à polícia. No depoimento, ao qual a TV Globo teve acesso, Ferreira diz que Delcídio havia entregue um bilhete a ele, que trata de suposto favorecimento ao banco BTG em uma medida provisória, e que, nesse momento, o senador registrou “o compromisso de falar com Renan Calheiros”.

O bilhete foi apreendido na casa de Ferreira. Segundo o chefe de gabinete, foi entregue a ele por Delcídio em novembro. A emenda que favorecia o Banco BTG, do banqueiro preso André Esteves, seria acrescentada à medida provisória 608 de 2013. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o bilhete diz: “Em troca de uma emenda à medida provisória nº 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de reais”.

Perguntado se o senador Delcídio tratou com ele sobre emendas ou assuntos relacionados a André Esteves, Renan disse que Delcídio sempre teve com ele e com os outros líderes do Congresso Nacional relações institucionais e que nunca passaram disso.

“O Delcídio nunca tratou comigo de nenhuma impropriedade. Ele era líder do governo, ele tinha sempre relações comigo, mas nunca tratou de nenhuma impropriedade. Esse Diogo, eu não conheço, nunca vi, não sei quem é, então fica difícil falar sobre anotação de pessoas”, afirmou o presidente do Senado.

Questionado se conhecia André Esteves, Renan respondeu: “Conheço. Mas não é das minhas relações.”

“Eu acho que o homem público ele tem que responder qualquer pergunta que se faça, eu tenho feito isso com a maior disposição, já prestei informações, se for necessário eu vou prestar de novo, mas mais uma vez, nenhum fato vai me ligar jamais a nenhuma impropriedade porque eu nunca cometi nenhuma impropriedade”, completou Renan.

Cunha
Eduardo Cunha realmente apresentou uma emenda à medida provisória 608. Nesta segunda-feira (30), contudo, o presidente da Câmara afirmou que a emenda apresentada por ele não favorecia o banco BTG Pactual. O banco, por sua vez, nega ter feito qualquer tipo de pagamento “para suposto benefício referente” à MP.

O nome de Eduardo Cunha não foi citado no depoimento de Diogo Ferreira. Investigadores agora querem aprofundar as apurações para descobrir se o chefe de gabinete de Delcídio tem mais informações sobre a anotação que cita André Esteves e Eduardo Cunha.

G1

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