No entanto, a interpretação da abordagem da campanha como um aceno aos evangélicos, devido à linguagem característica de igrejas, gerou controvérsia e descontentamento entre alguns setores religiosos associados à direita conservadora. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, expressou desaprovação em relação ao vídeo, alegando que o objetivo era enganar os evangélicos mais pobres.
O debate se intensificou com críticas à representação da mãe do jovem na propaganda, com foco nos trajes da atriz, como cabelo preso, camisa de botão e saia longa, que foram mencionados pelo pastor. Além disso, o deputado federal Pr. Marco Feliciano, da Assembleia de Deus em Belém, classificou a publicidade como “inacreditável”, enfatizando a tentativa de aliciar os evangélicos mais simples e criticando a suposta “humilhação” que Lula teria causado ao grupo com a propaganda.
A rejeição por parte de evangélicos ao governo Lula também foi evidenciada em pesquisas, como o Datafolha. O parlamentar Sostenes Cavalcante, por sua vez, afirmou que os cristãos não serão enganados, comparando a abordagem do governo a táticas similares ao diabo.
Além da campanha do Bolsa Família, outros vídeos de programas de governo, como o “Minha Casa, Minha Vida” e o Novo PAC, também foram questionados por evangélicos, gerando controvérsias em relação à representação e mensagens apresentadas. A exibição de uma peça sobre a vacinação contra a Covid-19, antes do Natal, também foi alvo de críticas, com o cantor gospel Kleber Lucas cantando “Um Brasil é um só povo” em um jingle, enquanto uma cena de reconciliação familiar acontece.
As opiniões divergentes em relação às campanhas publicitárias do governo, especialmente aquelas direcionadas a programas sociais e de economia, refletem a tensão e a sensibilidade das relações entre o governo e grupos religiosos e conservadores, evidenciando a importância do posicionamento e abordagem do poder público em relação a esses setores da sociedade.