Propaganda do Bolsa Família provoca mal-estar entre evangélicos de direita e governo, acusado de tentar aliciar fiéis mais simples.

Uma campanha publicitária do Bolsa Família, veiculada pelo governo federal em dezembro, causou polêmica entre grupos evangélicos, dividindo opiniões e levantando críticas sobre a abordagem e linguagem utilizadas. A peça publicitária em questão apresenta uma situação em que uma vizinha compra uma lata de leite em pó para uma criança que não tem condições de pagar pelo alimento, resultando em agradecimentos por parte da mãe do jovem e uma mensagem de “glória a Deus”.

No entanto, a interpretação da abordagem da campanha como um aceno aos evangélicos, devido à linguagem característica de igrejas, gerou controvérsia e descontentamento entre alguns setores religiosos associados à direita conservadora. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, expressou desaprovação em relação ao vídeo, alegando que o objetivo era enganar os evangélicos mais pobres.

O debate se intensificou com críticas à representação da mãe do jovem na propaganda, com foco nos trajes da atriz, como cabelo preso, camisa de botão e saia longa, que foram mencionados pelo pastor. Além disso, o deputado federal Pr. Marco Feliciano, da Assembleia de Deus em Belém, classificou a publicidade como “inacreditável”, enfatizando a tentativa de aliciar os evangélicos mais simples e criticando a suposta “humilhação” que Lula teria causado ao grupo com a propaganda.

A rejeição por parte de evangélicos ao governo Lula também foi evidenciada em pesquisas, como o Datafolha. O parlamentar Sostenes Cavalcante, por sua vez, afirmou que os cristãos não serão enganados, comparando a abordagem do governo a táticas similares ao diabo.

Além da campanha do Bolsa Família, outros vídeos de programas de governo, como o “Minha Casa, Minha Vida” e o Novo PAC, também foram questionados por evangélicos, gerando controvérsias em relação à representação e mensagens apresentadas. A exibição de uma peça sobre a vacinação contra a Covid-19, antes do Natal, também foi alvo de críticas, com o cantor gospel Kleber Lucas cantando “Um Brasil é um só povo” em um jingle, enquanto uma cena de reconciliação familiar acontece.

As opiniões divergentes em relação às campanhas publicitárias do governo, especialmente aquelas direcionadas a programas sociais e de economia, refletem a tensão e a sensibilidade das relações entre o governo e grupos religiosos e conservadores, evidenciando a importância do posicionamento e abordagem do poder público em relação a esses setores da sociedade.

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