Durante sua justificativa, o deputado Albuquerque fez referência ao folclorista Théo Brandão, evidenciando que “o torneio popular conhecido pelo nome de Quilombo é uma festa puramente alagoana, que relembra o fato mais importante da nossa história, a guerra dos Palmares”. Ele também contextualizou a importância histórica de Limoeiro de Anadia, explicando que a origem desse combate limoeirense remonta à chegada dos primeiros escravos negros na região, entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Nesse contexto, a capoeira e a resistência negra contra os indígenas se destacam, com os negros utilizando pedaços de madeira como armas.
O deputado também mencionou a figura de João Gruta, um escravo que veio de Alagoas (atual Marechal Deodoro) para Limoeiro de Anadia, juntamente com seu grupo, visando se apresentar nas festividades em honra a São Sebastião. Com a influência de Antônio Jacinto, um entusiasta do folclore, essa experiência resultou na criação de um Auto de Quilombos em Limoeiro. A partir de 1909, Jacinto introduziu as vestimentas tradicionais ao grupo, tornando-se uma parte importante das apresentações nas festividades do copadroeiro de São Sebastião. Assim surgiu o Quilombo de Limoeiro, que une elementos da Guerra de Palmares, do Reisado e do Capitão da Guarda Nacional, uma figura política local relevante.
Atualmente, o Quilombo de Limoeiro é único em Alagoas e em todo o país. A valorização desse patrimônio cultural e imaterial fortalece a identidade alagoana, preservando as tradições, o conhecimento e a história do estado.
A aprovação do projeto de lei em 1º turno é um passo importante para garantir a proteção do Quilombo de Limoeiro de Anadia, assegurando a sua continuidade e a promoção de eventos que valorizem a cultura e o folclore local. A preservação desse patrimônio contribui para a construção de uma identidade coletiva, além de estimular o turismo cultural no estado de Alagoas.
