Bruno teve uma ideia inovadora: criar jogos e brincadeiras decoloniais com o intuito de ressignificar os personagens da cultura popular de Alagoas. Ele transformou figuras como o Boi Bumbá, o Guerreiro, o Jaraguá e a Burrinha Zabelim em peças de tabuleiro, jogos de memória, cubos com o alfabeto numérico, jogo da velha e brinquedos geométricos. Essa abordagem lúdica permite aos alunos aprenderem sobre cultura popular de forma divertida.
O professor Bruno contou que teve a ideia durante seu estágio doutoral na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), em Porto Alegre. Durante sua visita a diversas escolas que trabalhavam com a Pedagogia da Infância, Bruno se deparou com jogos decoloniais e brinquedos originários, que utilizavam materiais simples como madeira, graveto, pedra e tinta fresca. A partir dessa inspiração, ele adaptou os jogos para a cultura alagoana e compartilhou o material com outras escolas da rede municipal.
O trabalho de Bruno estimula o resgate das tradições infantis e da memória afroindígena, além de oferecer aos estudantes diferentes possibilidades de aprendizado. Segundo o professor, os jogos empoderam as crianças e permitem que elas revivam suas temáticas afro-indígenas e cotidianas. Essa abordagem também dialoga com a religiosidade e o conhecimento científico e popular, tornando o ensino mais atrativo para os alunos.
Outro projeto que merece destaque é o Projeto Soletrar, implementado pela professora Ana Maria da Silva na Escola Municipal Maria José Clemente, localizada no Benedito Bentes. O objetivo desse projeto é treinar a base alfabética dos alunos por meio da atividade de soletrar palavras relacionadas a diferentes temas, como frutas, verduras, objetos, comida e animais. Desde 2016, a iniciativa tem obtido bons resultados e contribuído para o processo de alfabetização dos estudantes.
Esses exemplos evidenciam a importância de professores inovadores e comprometidos com o processo de ensino-aprendizagem. Ao promoverem ações que estimulam o conhecimento e resgatam a cultura popular, eles proporcionam uma educação mais inclusiva, abrindo portas para novas perspectivas e estimulando o senso de pertencimento nos alunos.
Luciano Amorim, coordenador de Ações Educacionais de Direitos Humanos e Cidadania da Semed, ressaltou a relevância desses processos educativos que valorizam o pertencimento e reconhecimento dos estudantes. Ele destacou que quando os alunos se sentem reconhecidos e suas histórias são valorizadas, ocorre um fortalecimento no processo de aprendizado. Por isso, é fundamental que o espaço escolar reconheça e acolha a bagagem e os saberes trazidos pelos estudantes.
Os professores da rede pública municipal de ensino são verdadeiros agentes de transformação, proporcionando um ensino mais completo e enriquecedor para milhares de crianças e adolescentes. Com suas iniciativas inovadoras, eles ajudam a construir um futuro mais promissor para toda a sociedade. Neste Dia do Professor, é importante reconhecer e homenagear esses profissionais que são essenciais na formação de novos saberes e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
