O procurador da República Paulo José Rocha Júnior escreveu que “As questões versadas nos autos ainda demandam diligências para a formação do convencimento ministerial acerca das medidas a serem eventualmente adotadas”. Se ficar provado que houve uso indevido do cargo, Antônio Oliveira pode responder por improbidade administrativa. Atualmente, o caso está na fase preliminar.
O diretor-geral da PRF assumiu o cargo com a promessa de afastar a corporação de bandeiras políticas e de recuperar a imagem da instituição, que foi desgastada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Embora a Polícia Rodoviária Federal faça parte da estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a indicação do diretor-geral é feita pelo titular da pasta. Geralmente, os nomeados vêm do alto escalão da PRF, como as superintendências regionais.
Durante o governo Bolsonaro, a PRF enfrentou pelo menos três grandes crises. A primeira envolveu o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado com gás de pimenta no porta-malas de uma viatura em Sergipe. Pouco depois, a PRF desobedeceu o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e realizou operações policiais no segundo turno da eleição, desencadeando críticas do PT. Por fim, o antigo chefe da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, foi demitido em meio a suspeitas de inação durante a ocupação de rodovias federais por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da PRF em busca de comentários sobre o inquérito, mas aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação. A dependência da PRF em relação à política continuará sendo um tema sensível, e a investigação em curso trará mais clareza sobre a suposta utilização indevida do cargo pelo diretor-geral Antônio Fernando Souza Oliveira.