Presidente ucraniano afirma que não é o momento certo para realizar eleições durante guerra e debate legitimidade de Zelensky em negociações de paz.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou novamente sua opinião de que não é o momento certo para realizar eleições no país. Esse debate surge em meio à discussão sobre a possibilidade de uma votação presidencial em 2024. Segundo a Constituição ucraniana, todas as eleições, incluindo a presidencial marcada para março de 2024, estão tecnicamente canceladas devido à lei marcial que está em vigor desde o início da guerra, no ano passado.

Zelensky reforçou a importância de priorizar a defesa e a batalha pela qual o país está passando, ressaltando que o destino da nação está em jogo. Ele destacou que, neste momento, é crucial que a Ucrânia esteja unida e não dividida. Em suas palavras, “acredito que agora não seja o momento (certo) para eleições”.

O Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou na semana passada que Zelensky estava considerando a possibilidade de realizar as eleições em 2023, levando em conta a invasão da Rússia. O presidente alertou para as dificuldades de realizar as eleições devido ao grande número de ucranianos no exterior e de soldados na linha de frente. Vale lembrar que as eleições parlamentares, que aconteceriam no mês passado, também foram canceladas devido ao conflito.

Em setembro, Zelensky havia expressado sua disposição de realizar eleições se necessário, inclusive com a presença de observadores internacionais. Essa ideia foi mencionada pelo presidente do Parlamento, Ruslan Stefanchuk, em julho, quando anunciou uma atualização da lei para organizar eleições.

A expectativa do líder ucraniano era reverter a queda de popularidade de seu governo e ganhar legitimidade para enfrentar possíveis negociações de paz com a Rússia. A aprovação de Zelensky aumentou após o início da guerra, mas a situação política do país permanece frágil, apesar da união em torno do conflito.

Oleksiy Arestovych, ex-assessor presidencial, anunciou sua candidatura contra Zelensky nesta semana, criticando a resposta lenta do presidente à invasão russa. A linha de frente entre os dois países permaneceu praticamente inalterada nos últimos meses, mesmo com a contraofensiva ucraniana iniciada em junho.

Existem obstáculos significativos para realizar eleições durante a guerra, como a impossibilidade de organizar o pleito em territórios ocupados pela Rússia e o grande número de ucranianos que buscaram refúgio no exterior.

Zelensky, em uma declaração nesta segunda-feira, afirmou que as forças ucranianas destruíram com sucesso um grande navio russo no estaleiro naval de Kerch, localizado na Crimeia anexada. O presidente tem se reunido regularmente com líderes ocidentais na tentativa de garantir mais defesas aéreas e evitar o desgaste internacional com o conflito que já dura mais de 600 dias.

Embora negue que o conflito esteja em um impasse, Zelensky admitiu no domingo que a situação é difícil. A discussão sobre a realização de eleições em meio à guerra continua, mas Zelensky parece acreditar que esse não é o momento mais adequado.

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