Durante a entrevista, Macron ressaltou que o acordo de livre comércio desmantela tarifas e não é benéfico para nenhuma das partes envolvidas. Ele destacou que não pode pedir aos agricultores e às indústrias francesas que adotem práticas para reduzir as emissões de carbono e eliminar produtos poluentes, enquanto ao mesmo tempo estão removendo todas as tarifas para importação de produtos que não seguem essas mesmas práticas.
O presidente francês também elogiou o ex-presidente Lula, descrevendo-o como visionário e corajoso, e anunciou que pretende visitar o Brasil em março. Segundo Macron, há uma grande sinergia entre as estratégias dos dois países e uma agenda bilateral extremamente densa.
Além disso, Macron enfatizou a importância de um acordo mais geoestratégico e consistente com as estratégias de cada país, envolvendo a proteção da Amazônia e o combate ao desmatamento. Ele argumentou que o Brasil merece ser recompensado pelos esforços em conter o desmatamento e que a comunidade internacional e a União Europeia devem ajudar o país nesse sentido.
O presidente francês deixou claro que não é a favor do acordo EU-Mercosul, ressaltando a necessidade de um acordo mais alinhado com as prioridades e estratégias de cada país envolvido. Ele expressou suas preocupações com a falta de explicação do acordo para agricultores, produtores de aço e fabricantes de cimento na França e na Europa.
A posição de Macron em relação ao Acordo EU-Mercosul foi enfatizada durante a COP 28 em Dubai, gerando discussões sobre as implicações do acordo nos cenários econômicos e ambientais dos países envolvidos. O tema continuará sendo debatido e analisado nos próximos meses, à medida que as negociações e pressões diplomáticas seguem adiante.