POLÍTICA – Ronaldinho Gaúcho refuta veementemente as alegações de que seja proprietário de empresa de criptomoedas.

O ex-jogador de futebol Ronaldo Assis Moura, mais conhecido como Ronaldinho Gaúcho, depôs nesta quinta-feira (31) diante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O ex-atleta prestou esclarecimentos sobre seu suposto envolvimento com a empresa 18K Ronaldinho Comércio e Participações Ltda, que promovia investimentos em moedas virtuais, e também com a empresa LBLV. Ronaldinho negou categoricamente ser o fundador e sócio-proprietário da 18K Ronaldinho, assim como negou ter firmado contrato com a LBLV.

Durante o depoimento, a CPI questionou a empresa 18K Ronaldinho, que oferecia retornos financeiros de até 400% em até um ano, por meio de investimentos em bitcoins ou com rendimentos diários de 2%. A empresa também prometia bônus aos investidores que indicassem novos membros para o negócio. A CPI alega que a empresa bloqueou os saques dos investidores, impossibilitando o resgate dos valores investidos. A 18K Ronaldinho já havia sido apontada pelo Ministério Público Federal como uma pirâmide financeira.

A outra acusação envolve o suposto envolvimento de Ronaldinho Gaúcho com a empresa LBLV, por ser garoto propaganda do site da instituição. A CVM suspendeu as atividades da LBLV no Brasil em 2019, por captar clientes de forma irregular. O ex-jogador negou conhecer qualquer representante da empresa e afirmou ter firmado contrato com outra empresa de gestão de mídias sociais, a Tailor Media, para a cessão de direitos de imagem. Segundo ele, esta última empresa tinha ligação com a LBLV.

Ronaldinho afirmou que seu nome e sua imagem foram utilizados indevidamente pela empresa 18K Ronaldinho, sem sua autorização. Ele argumentou que foi vítima dos proprietários da empresa, Rafael Honorário Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino, que utilizaram sua imagem de forma ilegal para promover a linha de relógios. O ex-jogador ressaltou que nunca prestou nenhum serviço para a empresa e que rescindiu o contrato assim que soube do uso indevido de sua imagem.

Por sua vez, o relator da CPI, deputado Ricardo Silva, desmentiu as alegações de Ronaldinho Gaúcho e afirmou que o ex-atleta não cessou suas atividades ilícitas mesmo após a rescisão dos contratos. O presidente da CPI, deputado Áureo Ribeiro, ressaltou a responsabilidade dos influenciadores digitais em relação aos negócios anunciados e criticou aqueles que promovem empresas fraudulentas sem regulamentação.

Durante o depoimento, Ronaldinho se recusou a responder a diversas perguntas e afirmou desconhecer várias situações. Ele estava amparado por um habeas corpus que garantia seu direito ao silêncio, concedido pelo STF. A CPI já aprovou a quebra de sigilo bancário de outros artistas e apresentadores, como Tatá Werneck, Cauã Reymond e Marcelo Tas, que foram convocados para prestar esclarecimentos sobre uma campanha publicitária para a empresa Atlas Quantum, que foi considerada uma pirâmide financeira.

A CPI continua investigando outros casos de fraudes e pretende ouvir os sócios da empresa 123Milhas, que recentemente pediu recuperação judicial, no dia 6 de setembro. Caso os sócios não compareçam, será expedida condução coercitiva. A CPI das Pirâmides Financeiras busca esclarecer e combater as práticas fraudulentas no mercado financeiro brasileiro, que causam prejuízos a investidores inocentes.

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