POLÍTICA – O ex-chefe da PMDF preferiu permanecer em silêncio ao ser questionado durante o depoimento.

O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Fábio Augusto Vieira, compareceu na terça-feira (29) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e decidiu exercer seu direito de ficar em silêncio, não respondendo aos questionamentos dos parlamentares. Protegido por um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, Vieira gerou divergências dentro da comissão.

A defesa do ex-chefe da PMDF justificou sua decisão de não responder às perguntas afirmando que ele ainda não teve acesso à íntegra do processo em que está sendo investigado. No entanto, Fábio Augusto se pronunciou brevemente no início da sessão, negando qualquer participação em atos golpistas. Ele deixou claro que a presença do comandante-geral no terreno não lhe dá automaticamente o controle da operação em curso, que continua sob responsabilidade dos comandantes operacionais.

Dois dias após o dia 8 de janeiro, Fábio Augusto Vieira foi preso sob acusação de omissão, mas posteriormente foi liberado por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Durante a sessão da CPMI, a senadora Eliziane Gama questionou o ex-chefe da PMDF sobre uma série de mensagens com teor golpista que teriam sido encaminhadas por ele pelo celular.

Eliziane apresentou um áudio em que Vieira supostamente diz que o presidente Jair Bolsonaro está preparado, junto com o Exército e as Forças Armadas, para fazer uma intervenção no mesmo molde do ocorrido em 1964. A senadora também mostrou outras mensagens e áudios incentivando atos golpistas supostamente encaminhados pelo ex-comandante da PMDF.

Fábio Augusto Vieira optou por não comentar nenhuma das mensagens apresentadas pela relatora da CPMI, alegando que não teve acesso à íntegra dos documentos e do relatório de seu celular. Eliziane também questionou Vieira sobre o dia da operação, pedindo detalhes sobre o 8 de janeiro, e mostrou imagens que registraram o ex-comandante durante a invasão do Congresso Nacional.

A senadora concluiu que os PMs permitiram a subida dos manifestantes na Praça dos Três Poderes, pois não receberam a ordem de impedir a invasão. Ela ressaltou que os militares têm uma hierarquia e devem agir de acordo com comandos e lideranças. A sessão da CPMI foi encerrada sem que Fábio Augusto Vieira respondesse às perguntas dos parlamentares.

A presença do ex-comandante da PMDF na CPMI gerou bastante expectativa, porém, seu silêncio causou frustração aos presentes. Resta agora aguardar se ele retornará em uma futura oportunidade, caso seja do interesse da comissão, após ter acesso à íntegra do processo em que é investigado. Enquanto isso, as investigações sobre o ocorrido no dia 8 de janeiro e as mensagens golpistas encaminhadas por Vieira continuam em andamento.

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