Em pauta, estava o valor de US$ 16,71 por quilowatt, aprovado pelo Conselho de Administração de Itaipu em abril do ano passado, com consenso entre conselheiros brasileiros e paraguaios. No entanto, após a eleição de Peña como presidente do Paraguai, ele defendeu publicamente um aumento no preço da energia vendida ao Brasil.
Essa foi a quarta reunião entre Lula e Peña desde maio do ano passado, todas com o preço da energia de Itaipu no centro das discussões. Até o momento, nenhum acordo foi anunciado por nenhum dos dois países sobre o tema.
Além disso, os dois líderes discutiram a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que trata das bases financeiras e prestação de serviços de eletricidade do empreendimento. A empresa binacional tem um orçamento anual de cerca de US$ 3,5 bilhões, sendo que quase 70% deste valor se destinava ao pagamento da dívida do Paraguai com a construção da hidrelétrica no Rio Paraná. Com a quitação da dívida em fevereiro deste ano, o Anexo C poderá ser revisado, conforme prevê o próprio tratado.
Além das questões relacionadas a Itaipu, Lula e Peña também discutiram temas em comum da América Latina, como a crise de segurança pública no Equador e a condução do Mercosul, cuja presidência rotativa está com o Paraguai. Após o encontro, os dois mandatários almoçaram no Itamaraty.
As negociações sobre o preço da energia de Itaipu entre o Brasil e o Paraguai seguem em andamento, com a perspectiva de revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, o que poderá impactar significativamente a relação energética entre os dois países.
