Durante o discurso de lançamento da iniciativa, Biden destacou a importância de não apenas beneficiar uma classe, mas oferecer oportunidades aos mais pobres. Ele ressaltou que os ricos não pagam impostos suficientes e se orgulhou do fato de seu governo ser considerado o mais pró-sindicato da história dos EUA.
A Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores tem como principais diretrizes a proteção dos direitos trabalhistas, a promoção do trabalho digno em empreendimentos públicos e privados, o combate à discriminação no local de trabalho, a transição para energia limpa com foco nos trabalhadores e o uso da tecnologia e transição digital em prol do trabalho decente.
Lula, por sua vez, enalteceu o caráter histórico da parceria e ressaltou os desafios enfrentados atualmente para promover o trabalho decente no mundo, após décadas de neoliberalismo, um regime que explorou intensamente os trabalhadores. Ele destacou que atualmente existem 2 bilhões de trabalhadores no setor informal e que 240 milhões deles vivem com menos de US$ 1,90 por dia.
O ex-presidente também defendeu o papel dos sindicatos como essenciais para a proteção dos direitos trabalhistas e para a defesa dos trabalhadores. Segundo ele, não há democracia sem sindicato forte.
Biden ressaltou que os trabalhadores serão os principais agentes na transformação energética e tecnológica necessária nos próximos anos. Ele enfatizou que o progresso depende dos trabalhadores, que impulsionarão a transição para energia verde e fortalecerão a economia.
Além da parceria bilateral, Lula e Biden pretendem impulsionar a adesão de outros países a essa iniciativa e estabelecer uma agenda centrada nos trabalhadores em instituições multilaterais como o G20 e as COPs.
Antes do lançamento da iniciativa, os dois líderes tiveram um encontro bilateral, no qual Biden expressou a intenção de trabalhar em conjunto com o Brasil para enfrentar a crise climática, mobilizando recursos para preservar a Amazônia e os ecossistemas da América Latina.
Lula, por sua vez, ressaltou a importância de apresentar propostas e garantir oportunidades de trabalho de qualidade, especialmente para a juventude, como forma de despertar esperança na sociedade.
Lula está em Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU, onde fez um discurso criticando o neoliberalismo e a precarização do trabalho. Ele destacou que o desemprego e a precarização minaram a confiança das pessoas e abriram espaço para a ascensão da extrema direita em várias partes do mundo.
O presidente brasileiro também destacou a luta contra a desinformação e os crimes cibernéticos, ressaltando que os aplicativos e plataformas não devem abolir as leis trabalhistas pelas quais se lutou tanto.
Lula teve uma série de encontros com autoridades estrangeiras e participou de debates e reuniões durante sua estadia em Nova York. Na quarta-feira, ele se encontrará com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, antes de retornar ao Brasil.
