POLÍTICA – Lula da Silva quer discutir mudanças na ONU e no sistema financeiro internacional durante Cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, está determinado a utilizar a realização da Cúpula do G20, prevista para novembro no Rio de Janeiro, como uma oportunidade para discutir possíveis mudanças na Organização das Nações Unidas (ONU) e no funcionamento das instituições financeiras internacionais. Durante uma visita à Etiópia, o presidente afirmou que o mundo enfrenta uma crise na governança global e defendeu a necessidade de encontrar uma solução para as dívidas acumuladas por países pobres.

Ele participou como convidado da 37ª Cúpula da União Africana (UA), realizada no continente africano, onde os líderes políticos também debateram propostas para reformar o sistema financeiro internacional. Ao discursar, Lula fez críticas diretas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, questionando se essas instituições estão realmente servindo para financiar o desenvolvimento dos países pobres ou estão contribuindo para a asfixia dessas nações.

O presidente sugeriu a possibilidade de converter as dívidas dos países africanos em investimentos para o desenvolvimento. Ele propôs que o dinheiro não retorne para as instituições credoras, mas sim seja direcionado para a construção de infraestrutura, universidades e pesquisas, representando um avanço real para o continente africano.

Lula também questionou agências de avaliação da credibilidade dos países e defendeu a necessidade de fiscalizar suas operações, levantando dúvidas sobre seus interesses ao realizar avaliações negativas. Ele destacou que a Cúpula do G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, será o melhor momento para debater essas questões.

Além disso, o presidente também defendeu a urgência de uma reforma no funcionamento da ONU, alegando que a organização não tem cumprido os objetivos estabelecidos desde sua criação em 1945. Ele criticou a composição do Conselho de Segurança, composto por membros permanentes com poder de veto, e destacou a necessidade de uma representação mais robusta e sem o direito de veto individual por parte de um país.

Entre os temas discutidos por Lula, ele citou a falta de ação da ONU diante do conflito na Faixa de Gaza, classificando a ofensiva do exército de Israel como “genocídio” e “chacina”, e lamentou a ausência de instâncias de deliberação e governança mais eficientes no mundo atual. Ele reforçou a solidariedade do Brasil ao povo palestino e criticou o comportamento do governo israelense.

Dessa forma, o presidente Lula está determinado a usar a Cúpula do G20 como uma plataforma para debater mudanças importantes no cenário global, tanto em relação às finanças internacionais quanto à governança da ONU, trazendo à tona questões cruciais para o desenvolvimento humano e a paz mundial.

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