Ele participou como convidado da 37ª Cúpula da União Africana (UA), realizada no continente africano, onde os líderes políticos também debateram propostas para reformar o sistema financeiro internacional. Ao discursar, Lula fez críticas diretas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, questionando se essas instituições estão realmente servindo para financiar o desenvolvimento dos países pobres ou estão contribuindo para a asfixia dessas nações.
O presidente sugeriu a possibilidade de converter as dívidas dos países africanos em investimentos para o desenvolvimento. Ele propôs que o dinheiro não retorne para as instituições credoras, mas sim seja direcionado para a construção de infraestrutura, universidades e pesquisas, representando um avanço real para o continente africano.
Lula também questionou agências de avaliação da credibilidade dos países e defendeu a necessidade de fiscalizar suas operações, levantando dúvidas sobre seus interesses ao realizar avaliações negativas. Ele destacou que a Cúpula do G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, será o melhor momento para debater essas questões.
Além disso, o presidente também defendeu a urgência de uma reforma no funcionamento da ONU, alegando que a organização não tem cumprido os objetivos estabelecidos desde sua criação em 1945. Ele criticou a composição do Conselho de Segurança, composto por membros permanentes com poder de veto, e destacou a necessidade de uma representação mais robusta e sem o direito de veto individual por parte de um país.
Entre os temas discutidos por Lula, ele citou a falta de ação da ONU diante do conflito na Faixa de Gaza, classificando a ofensiva do exército de Israel como “genocídio” e “chacina”, e lamentou a ausência de instâncias de deliberação e governança mais eficientes no mundo atual. Ele reforçou a solidariedade do Brasil ao povo palestino e criticou o comportamento do governo israelense.
Dessa forma, o presidente Lula está determinado a usar a Cúpula do G20 como uma plataforma para debater mudanças importantes no cenário global, tanto em relação às finanças internacionais quanto à governança da ONU, trazendo à tona questões cruciais para o desenvolvimento humano e a paz mundial.