POLÍTICA – FNDC pede veto de Lula a projeto que amplia concessões de rádio e TV para um mesmo grupo.

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) está pedindo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vete o projeto aprovado pelo Congresso Nacional que propõe alterações nas regras do sistema de comunicação do país. A medida visa ampliar o número de concessões de rádio e TV que um grupo pode ter, o que tem gerado preocupações entre os defensores da democratização da mídia.

O projeto aprovado pelo Senado na última terça-feira (12) pretende aumentar o limite de concessões de rádio para uma mesma empresa de seis para 20 emissoras. Para as concessões de TV, o limite passaria de 10 para 20. Essas concessões são públicas e são cedidas para empresas privadas, públicas e estatais para sua operação durante um período específico.

Segundo Admirson Medeiros, coordenador do FNDC, a medida vai contra a constituição federal e pode impedir uma comunicação mais democrática no país. Ele afirma que o projeto favorece poucos grupos, permitindo que controlem cada vez mais as emissoras e rádios no país, fortalecendo o oligopólio. Medeiros enfatiza a necessidade de uma ampla discussão para atualizar a legislação que atualmente está ultrapassada.

A Constituição Federal estabelece que os meios de comunicação social não podem ser objetos de monopólios e oligopólios, e o projeto em questão pode agravar a concentração de concessões em poucas empresas. O professor Fernando Paulino, coordenador do Laboratório de Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília, acredita que a medida pode prejudicar a liberdade de expressão e o direito à diversidade de opiniões, destacando a importância de um debate mais abrangente e acompanhado pela sociedade.

O FNDC também pede uma ampla discussão para atualizar a legislação da radiodifusão no Brasil, que remonta a 1962. O fórum defende a necessidade de uma regulação que promova a pluralidade e diversidade no rádio e na TV, levando em consideração as transformações e avanços na área da comunicação.

Até o momento, o projeto de lei ainda não foi enviado à Casa Civil da Presidência da República. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) não se pronunciou sobre a questão. A Casa Civil afirmou que, assim que o projeto de lei chegar, será encaminhado aos ministérios envolvidos para manifestação, e só então serão avaliados os pedidos de sanção e veto.

A discussão em torno do projeto segue e o desfecho dessa questão será aguardado com atenção, já que as alterações propostas podem ter um impacto significativo na comunicação e na pluralidade de vozes no país.

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