Dino ressaltou que a legitimidade de um juiz não se baseia no carisma pessoal, mas sim no cumprimento das normas e no respeito às tradições, o que garante a isenção aos olhos da sociedade. Ele enfatizou que a discrição e ponderação são deveres indeclináveis de um magistrado, diferentemente da forma como os políticos atuam.
O ministro também comentou que não há problema no fato de um político assumir um cargo no STF, citando exemplos de outros países e do Brasil. Ele lembrou a presença de políticos e políticas nas supremas cortes e destacou a importância de agregar saberes nascidos da prática política para a tomada de decisões na Suprema Corte.
Além disso, Dino enumerou os princípios que pretende seguir em suas atividades no STF. Ele destacou o compromisso com a harmonia entre os poderes e a importância de preservar a independência, mas também garantir a harmonia entre eles. O ministro também ressaltou a valorização do núcleo de compromissos presentes na Constituição, como a forma federativa de Estado, o voto direto e a separação dos poderes.
Em relação às presunções que considera centrais, Dino destacou a importância da presunção da constitucionalidade das leis, da legalidade dos atos administrativos e da presunção de inocência. Ele ressaltou que a inconstitucionalidade de uma lei deve ser vista como um fato raro e que o Judiciário não deve criar leis, embora atue quando não houver legislação que possa ser aplicada.
Dino também defendeu a valorização da experiência como gestor ao considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor ao invalidar os atos administrativos. Por fim, o ministro ressaltou o respeito à cláusula do devido processo legal, contra punitivismos e linchamentos de qualquer tipo. A sabatina de Flávio Dino no Senado é parte do processo de avaliação de sua indicação ao STF, que será submetida à Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) para votação.